Pequenas empresas vão ao exterior
Pequenos e médios empresários paulistas estão descobrindo que investir em missões comerciais pode servir para incrementar exportações ou, em muitos dos casos, abrir e desbravar mercados fora do país. “Os empresários de menor porte têm de ter a cabeça mais aberta quando aparecem oportunidades de visitas assessoradas. Trata-se de um investimento e não de um custo a mais. Há ainda receio quando se trata de exportar”, diz Emerson Leite, diretor técnico dos Laboratórios Universal, empresa de pequeno porte de Taubaté (SP).
A empresa investiu US$ 4,8 mil no ano passado para ir à Bolívia em missão comercial organizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo Leite, a empresa abriu negócios em um mercado que não tinha participação e aumentou volume de exportações em 5%. “Exportávamos para Uruguai e Argentina somente. Depois da visita, fechamos negócio com a maior empresa boliviana do ramo petroquímico”.
Outra empresa bem sucedida nesse tipo de empreitada junto à Fiesp é a Correias Mercúrio, de médio porte. Segundo Luis Carlos Perez, gerente de comércio exterior da empresa, a Mercúrio investiu cerca de US$ 10 mil para participar da mesma feira que os Laboratórios Universal.
Depois da visita, selecionou distribuidores dos seus produtos na Bolívia, onde não tinha forte atuação, e conseguiu efetivar uma venda de correias para máquinas agrícolas equivalente a US$ 25 mil.
“Uma missão é um instrumento, é melhor ir assessorado. Mas tive a iniciativa de ir sozinho e comecei a exportar em 1999. Desde então, somei cerca de US$ 400 mil”, informa Adonis Maitino Filho, diretor da Maitino Engenharia e Consultoria, de pequeno porte e que comercializa granito e pedras decorativas.
Missões da Fiesp
O Centro Internacional de Negócios (CIN), da Fiesp, tem como iniciativa promover missões empresariais e rodadas de negócios para inserir, principalmente, pequenos e médios ao cenário internacional. As ações são uma das ?linhas de frente? do programa São Paulo Exporta, criado em 1999, que tem como outro objetivo discutir, junto aos órgãos governamentais, formas de desburocratização das exportações para reduzir custos e tornar o produto brasileiro mais competitivo. Em 2001, foram duas rodadas de negócio e uma missão enviadas ao exterior.
Érica Polo