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Para Fiesp, queda dos juros compensaria perda da CPMF

Guarulhos, 17 de abril de 2002

O diretor de competitividade industrial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mario Bernardini, sugeriu hoje o corte na taxa de juros como forma de o governo compensar as perdas com a interrupção da cobrança da CPMF, ao invés de prejudicar a competitividade das empresas com o aumento do IOF e de pelo menos um outro tributo. “Se baixarem em 2 pontos percentuais os juros, o governo economizará na rolagem da dívida mais do que a perda da CPMF”, explicou.

“O aumento do IOF encarece o crédito, aumenta o custo do dinheiro”, disse. Para ele, o que falta é um ajuste nas contas públicas. “Mas o governo faz o contrário, tem aumentado constantemente os gastos, mesmo se não levarmos em consideração os juros da dívida”, disse.

Bernardini afirmou que elevação de imposto acontece toda vez que cai a arrecadação. A saída, segundo Bernardini, é, além de cortar gastos públicos, diminuir os juros.

Na opinião dele, há condições propícias para que o Banco Central reduza hoje a Selic, que está em 18,5% ao ano. “No ano passado, os juros estavam em 19,25%, e a inflação em 7,65%. Ou seja, os juros reais estavam em 11,6%. Hoje, os juros estão em 18,5% e a inflação deve fechar o ano em torno de 5%, levando os juros reais a 13%, 13,3%”, citou. “Isso abre espaço para o BC cortar os 2 pontos percentuais, pelo menos, na Selic. O que vale são os juros reais”, finalizou.

A Fiesp tem quase pronto um levantamento, feito pela Fundação Getúlio Vargas, de como os juros aumentam os custos das indústrias. “É considerável”, disse Bernardini. A divulgação do estudo deverá acontecer em duas semanas.

Theo Saad