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O “intangível” dos bancos inibe crédito

Guarulhos, 24 de maio de 2002

Ativo pouco líquido absorve capital. Crescem nos balanços dos bancos os ativos “intangíveis”, comprometendo sua capacidade de dar crédito. São considerados intangíveis os ativos de baixa liquidez e difícil transformação em dinheiro, como o ágio pago em aquisições e provisões para empréstimos que se transformaram em crédito tributário.

No Bradesco, no Itaú e no Unibanco, os intangíveis cresceram, em média, de 30% do patrimônio em 1999 para 50% em 2001, calculou a agência de classificação de risco Fitch Ratings. O caso mais dramático é o do Banco do Brasil (BB), em que os intangíveis de R$ 12,2 bilhões são equivalentes a 140% do patrimônio. Um terço dele levaria um século para ser transformado em dinheiro, calcula a Fitch. Bradesco e Itaú têm ativos intangíveis iguais a pouco mais da metade do patrimônio de cada um (52%).

O vice-presidente de controle e relações com investidores do BB, Ênio Pereira Botelho, disse que, após o saneamento feito em 2001, o banco está gerando lucro suficiente para aproveitar os créditos tributários que tem em estoque.

Maria Christina Carvalho