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Novembro de 2008: difícil para micros e pequenas

Guarulhos, 19 de janeiro de 2009

Novembro de 2008 não foi um bom mês para as micros e pequenas empresas paulistas (MPEs). A crise financeira internacional afetou o seu desempenho. Em relação a outubro do ano passado, a queda no seu faturamento foi de 3,5%. Frente ao mesmo mês de 2007, o recuo foi ainda mais expressivo: 10%.

Os números foram divulgados ontem pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. A receita total das 1,3 milhão de MPEs paulistas alcançou R$ 21,9 bilhões em novembro do ano passado, cifra R$ 2,4 bilhões menor que o total de novembro de 2007. Frente a outubro, a queda foi de R$ 791 milhões. A pesquisa foi feita em dezembro, com 2,7 mil micros e pequenos empreendimentos.

Segundo o economista do Sebrae, Pedro João Gonçalves, a queda significativa de 10% no faturamento das pequenas empresas de São Paulo resulta da crise que se instalou em todo o mundo no final do ano passado e também do fato de a média ter sido calculada em relação a um período, 2007, que teve bom desempenho. “A base de comparação foi alta.”

Dos setores pesquisados, a indústria paulista foi o que apresentou pior desempenho. As áreas de atuação industrial mais afetadas pela crise foram bens de capital (máquinas e equipamentos) e bens duráveis, principalmente os mais caros, como automóveis e eletro-eletrônicos. Nos números acumulados de 12 meses até novembro, todos os setores apresentaram diminuição real de receita. Veja quadro

Na comparação mês a mês, o comércio foi o único setor que registrou desempenho positivo em novembro: seu faturamento teve alta de 0,8%. Para o economista , o resultado é consequência das vendas do Dia da Criança, em outubro, e do dinheiro da primeira parcela do 13° salário, em novembro, que estimulou as compras.

“O desempenho poderia ter sido melhor, mas novembro teve 20 dias úteis, total inferior aos 23 de outubro”, disse.

A projeção do Sebrae-SP é que as empresas paulistas encerrem o ano de 2008 com queda de 4% no faturamento real em relação a 2007.

Esperança – Apesar dos números negativos para a maioria das empresas de pequeno porte, em dezembro, 58% dos empresários paulistas acreditavam que o faturamento crescerá nos próximos seis meses. Outros 36% esperavam a manutenção dos níveis registrados no final de 2008.

Quanto à economia brasileira, a expectativa também é otimista – 57% responderam que acreditam que a situação macroeconômica do País terá melhora em 2009 e 38%, que os níveis de atividade se manterão nos próximos meses. Esse resultado foi considerado como consequência das boas vendas ocorridas no Natal.