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Nos bancos, os juros comerciais ainda não cederam

Guarulhos, 12 de abril de 2002

As empresas que tomarem empréstimo neste mês vão pagar juros semelhantes aos cobrados pelos bancos no mês passado, e também em fevereiro. Apesar de o Banco Central, BC, ter baixado a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual, as instituições financeiras têm optado pela manutenção das taxas em suas operações de crédito voltadas para as empresas.

Variação – Os juros mensais mostram uma variação entre 2,2% a 5,8%, dependendo do tipo de crédito solicitado e do prazo para o pagamento da dívida, conforme pesquisa feita pelo Diário do Comércioontem. Os porcentuais ainda estão altos se comparados à atual situação econômica do País, na opinião de Haroldo Guimarães, economista da Góes & Consultores. Para ele, não há motivos para que as taxas de juros não acompanhem a redução da Selic.

Inadimplência -A inadimplência é apontada por Guimarães como um dos motivos que têm levado os bancos a manter uma postura de cautela em relação às taxas nas operações de crédito. Especialmente porque este tipo de empréstimo é para prazos mais longos e, portanto, o risco é consideravelmente maior também. O número de falências requeridas, um termômetro da inadimplência entre empresas, voltou a apresentar uma ligeira elevação em 2001. No primeiro trimestre do ano, o volume de pedidos registrou uma alta de 18,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Maior prazo -As instuições financeiras não explicam por que as taxas, apesar da redução da Selic, continuam nos mesmos patamares. A Caixa Econômica Federal, por meio de sua assessoria de Imprensa, informou que o banco estuda a possibilidade de reduzir os juros cobrados atualmente. Mas não indicou um prazo para que isso aconteça. O Bradesco, onde as taxas para operações de desconto de duplicatas e para capital de giro podem chegar a 5,8% ao mês, não definiu ainda se promoverá reduções das taxas cobradas em suas operações de crédito. A Nossa Caixa também não estipulou qualquer prazo para que as taxas sofram redução.

Prazo maior – Em vez de reduzir as taxas alguns bancos têm optado por ampliar os prazos para os pagamentos e aumentar os limites. Este é o caso, por exemplo, da Caixa Econômica Federal. No empréstimo para capital de giro, o limite, que era de R$ 5 mil em fevereiro, passou para R$ 10 mil em março. O prazo de pagamento passou de 60 para 90 dias.

Roseli Lopes