Não faltará combustível no Brasil
Se os Estados Unidos atacarem o Iraque e houver uma guerra de longo prazo no Golfo Pérsico, o Brasil terá abastecimento normal de combustíveis, garantiu ontem o presidente da Petrobrás, Francisco Gros. “Nosso volume de produção nos deixa em um posição muito confortável”, disse ele sobre a necessidade de estoque regulador para evitar o desabastecimento em caso de conflito.
O Brasil produz, em volume, cerca de 80% dos 1,8 bilhão de barris de derivados de petróleo que consome. Mas parte deste óleo é exportado por falta de capacidade para processá-lo nas refinarias nacionais. A Petrobrás, então, importa óleo leve (de mais fácil refino) e derivados, principalmente diesel e GLP, para abastecer o mercado interno.
Especialistas afirmam que a estatal tem um estoque de óleo cru e combustíveis suficiente para um mês. Somado à produção local, ninguém espera um problema grave de abastecimento em caso de guerra de longa duração.
Pode-se ter, sim, uma pressão de alta nos preços, principalmente se a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) retaliar os EUA com a manutenção dos níveis de produção.
O secretário-geral da Opep, Álvaro Silva Calderón, descartou “o uso do petróleo como arma de guerra”. A Opep, disse, continuará a trabalhar com uma faixa de flutuação dos preços de uma cesta de petróleos de países membros de US$ 22 a US$ 28 o barril.
Calderón não quis fazer projeções sobre preços em caso de guerra. “Sabemos como começa a guerra, mas não como terminará”.