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Livrarias: um negócio de mais de R$ 1 bilhão por ano

Guarulhos, 07 de maio de 2002

arteAs 2.008 livrarias espalhadas pelo País faturam R$ 1,1 bilhão (a preço de varejo), de acordo com o Anuário Editorial Brasileiro 2000-2001, publicado pela editora Cone Sul. “No primeiro trimestre, as vendas cresceram 3% em relação a igual período do ano passado”, afirma o presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Eduardo Yasuda. Esse resultado, acrescenta, é menor que o de 2001, que havia sido de 7% a 8% sobre janeiro-março de 2000.

As vendas em livrarias no Brasil se concentram nas regiões Sudeste (56%) e Sul (22%), segundo o presidente da ANL. Só na Grande São Paulo existem 330 lojas. c, atesta Yasuda. Eventos como a Bienal do Livro, encerrada no último fim de semana em São Paulo com público recorde, também ajudam, mas não apenas isso. Para atrair clientes, os estabelecimentos passaram a oferecer “produtos culturais” e a agregar outros serviços, como os conhecidos “cyber cafés”, e vendas de CDs e produtos de informática.

Martine Birnbaum, diretora de comunicação e marketing da Fnac (Féderation Nationale d'Achats des Cadres), diz que suas vendas cresceram 15% em 2001, e espera manter o mesmo índice este ano. “Os leitores estão muito sensíveis a promoções de preço”, declara ela. A rede francesa de livrarias, que conta com três lojas no Brasil – em São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro – tem mais de 100 mil títulos cadastrados.

O diretor comercial da Livraria Cultura , Sérgio Herz, que administra cinco lojas em São Paulo e 530 mil títulos, declara que vem mantendo uma faixa de crescimento de 12% nos últimos cinco anos. “O desafio das livrarias hoje é atrair clientes com entretenimento e serviços”.

O motivo da desaceleração das vendas nessas lojas, segundo o presidente da ANL, é o fato de os livros didáticos, que correspondem a 50% dos produtos comercializados em livrarias no primeiro trimestre de cada ano – período de volta às aulas -, estarem sendo substituídos por apostilas. “As vendas dos livros didáticos diminuíram entre 10% e 12%.” Em contrapartida, o peso das vendas de livros de literatura no faturamento do setor vem crescendo cerca de 10%. A comercialização de livros infanto-juvenis foi a que mais subiu, acima de 10% em média. Entre os best-sellers, está a série Garotos e Garotas, da Melhoramentos.