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Juros para pessoa física tiveram nova alta em abril, diz BC

Na contramão das demais operações, juros para financiamento de bens de consumo caíram 4,7 pontos

Acompanhando a alta da taxa básica (Selic), os juros ao consumidor voltaram a subir em abril. De acordo com números divulgados na última quarta-feira pelo Banco Central, nas operações de cheque especial a taxa ao ano chegou a 147,6%, uma alta de 1,5 ponto porcentual em relação ao mês anterior.

Nas operações de crédito pessoal a alta foi de 0,6 ponto porcentual, passando de 74,4% ao ano em março, para 75% em abril. Já nas operações de crédito consignado, cujas parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento, o BC registrou queda de 1,6 ponto porcentual na taxa média, que ficou em 36,5% ao ano. Com a redução, a modalidade passa a apresentar taxas mais baixas que as operações para financiamento de veículos, que fecharam abril com 37% ao ano. As operações de financiamentos de bens de consumo tiveram queda de 4,7 ponto porcentual, baixa determinada pelos convênios feitos entre bancos e grandes redes de varejo.

Na média, os juros para empréstimos a pessoas jurídicas ficaram em 33,3% ao ano em abril, com alta de 0,4 ponto porcentual em relação a março.

O spread bancário (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes) teve incremento de 0,2 ponto porcentual em abril e ficou em 29 pontos porcentuais, considerando empresas e pessoas físicas.

Mais volume ” Os dados do Banco Central revelam também que o volume total de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 515,4 bilhões em abril. O número representa expansão de 1,7% no mês e de 20,5% nos doze meses anteriores. O estoque de crédito fornecido com recursos livres chegou a R$ 299,6 bilhões no período, o que indica altas de 2,9% no mês e de 24,9% nos últimos doze meses.

O volume de crédito para pessoa jurídica em abril foi de R$ 169,7 bilhões. O valor aponta para aumento de 2,5% em relação a março e foi determinado pelo crescimento das modalidades com recursos domésticos, que subiram 3,5% no mês, alcançando R$ 120,1 bilhões. A média diária de concessões de crédito para empresas com recursos internos também subiu. Totalizou R$ 2,9 bilhões em abril, com alta de 6,1%.

BNDES “ As consultas feitas pelas empresas ao BNDES, um termômetro das intenções de investimentos futuros, diminuíram 5,9% nos primeiros quatro meses do ano, comparativamente a igual período de 2004. “Houve uma parada momentânea na procura, mas como as empresas têm outras fontes de financiamento, como o lançamento de títulos e ações no mercado e empréstimos junto a bancos privados, esse recuo não significa necessariamente redução dos investimentos, na mesma proporção”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Vanessa Jaguski/AE

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