Notícias

Juros de empréstimo pessoal em alta

Guarulhos, 28 de agosto de 2002

Relatório do Banco Central sobre a evolução dos juros cobrados pelos bancos, divulgado nesta quarta-feira (28), indica que a taxa média de juros cobrada em empréstimos às pessoas físicas subiu de 70,4% ao ano em junho para 74,9% em julho,um aumento de 4,5 pontos percentuais. O maior aumento foi verificado nos financiamentos para veículos, em que as taxas subiram 7,7 pontos percentuais, passando de 42,7% ao ano para 50,4% ao ano.

Já a cobrança de juros do cheque especial apresentou uma relativa estabilidade, já que a taxa em julho foi de 158,7% ao ano, enquanto no mês anterior era de 158,8% ao ano. A explicação do BC para essa estabilidade é a manutenção no custo da captação de custo prazo e uma pequena redução da inadimplência.

A taxa média de inadimplência nas operações de crédito recuou 0,5 ponto percentual em julho e foi de 8% em julho, a menor desde novembro de 2001. Em relação às pessoas físicas, a queda da inadimplência foi de 0,3 ponto percentual, já que a taxa de pagamentos em atrasos caiu de 14,9% para 14,6%.

O relatório indica que a taxa média de juros cobrada nas operações de crédito em julho pelos bancos foi de 62,6% ao ano, representando um aumento de três pontos percentuais em relação à taxa média cobrada no mês anterior, que foi de 59,6%. O crescimento, segundo o BC, ocorreu basicamente por causa do repasse do aumento dos custos de captação de médio e longo prazos para os clientes.

Em função das turbulências nos últimos meses no mercado financeiro, os juros negociados no mercado futuro estão aumentando, o que eleva os custos de captação. O custo da taxa de captação subiu 1,5 ponto percentual de junho a julho, passando de 22,5% ao ano para 24% ao ano.

O spread geral (diferença entre a captação no mercado e os juros cobrados pelos bancos) subiu, conseqüentemente, 1,5 ponto percentual, saltando de 37,1% ao ano em junho para 38,6% ao ano em julho.

Empresas – No empréstimo às empresas, a taxa média de inadimplência cai de 4,8% para 4,3%. De acordo com o Banco Central, a queda da inadimplência está associada ao pagamento da correção das contas do FGTS e da restituição do Imposto de Renda, recursos que estão sendo direcionados para quitação de débitos com os bancos.

Aliado a isso, o BC também destaca políticas de crédito mais seletivas por parte das instituições financeiras, que também estariam ajudando na redução do atraso do pagamento. No crédito especial, houve também aumento de juros de 2 pontos percentuais, já que a taxa subiu de 80,8% ao ano para 82,8% ao ano.

O financiamento para a aquisição de bens em geral também está mais caro. A taxa média desse tipo de financiamento passou de 45,1% para 52,3% ao ano.

Isabel Sobral