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Itens mais caros ganham a preferência do consumidor

Guarulhos, 31 de maio de 2002

arteO mercado de produtos de limpeza está crescendo e passando por transformações. Os consumidores hoje preferem usar produtos mais sofisticados e muitas vezes mais caros no lugar do velho sabão em pedra ou da água sanitária.

“Está havendo uma mudança de hábito. A dona de casa prefere partir para a compra de produtos que facilitem sua vida. A procura por sabão em pedra e água sanitária, por exemplo, está caindo”, confirma o diretor comercial do D?Avó Supermercados, Martinho Paiva Moreira.

Essa mudança de hábito, segundo Moreira, já começa a se refletir nas vendas desses produtos, que estão crescendo cerca de 20% ao ano, principalmente em lojas que atendem a clientes com maior poder aquisitivo.

O D?Avó Supermercados fatura R$ 32 milhões por ano com o setor de limpeza, o que corresponde a 9,5% da receita total da rede de sete lojas, na Grande São Paulo. “As pessoas estão dispostas a pagar até 70% a mais pela utilidade e pelo conforto”, completa.

No que diz respeito ao mercado de produtos de limpeza em geral, o Índice AC Nielsen de Varejo medido de fevereiro de 2001 a março deste ano indica que o faturamento do varejo aumentou 7,2% em relação ao mesmo período anterior. Em volume, as vendas cresceram 0,7%, e o preço final dos produtos, 4,8%. Só na Grande São Paulo, a receita do segmento teve um salto de 13,4%, de 6,4% no volume, e de 5,9% no preço.

A categoria de limpeza da rede de 18 lojas da Coop – Cooperativa de Consumo, localizada no Grande ABC e no interior de São Paulo, tem faturamento anual de cerca de R$ 4 milhões.

“Registramos crescimento em torno de 6% ao ano nas vendas desses produtos”, afirma o gerente de categorias do setor de compras, Luiz Gustavo Maldi Ramos. De acordo com ele, os itens mais vendidos são Omo Multiação, esponja de aço Bombril, amaciante Coop Plus (marca própria) e Veja Multiuso.

Na Coop Cooperativa de Sonsumo, as vendas de produtos tradicionais como água sanitária, por exemplo, não se observa retração ou queda acentuada. No entanto, “está crescendo o consumo de produtos mais sofisticados, como alvejantes que não agridem as roupas”, observa Luiz Gustavo Ramos. Para o gerente de compras da rede do Grande ABC, os consumidores estão realmente utilizando mais os chamados produtos modernos, o que não significa que estejam abandonando as mercadorias tradicionais, como o sabão em pedra, por exemplo.

O Supermercados Irmãos Lopes, com onze lojas – três em São Paulo e oito em Guarulhos -, registra aumento de 10% na comercialização de produtos de limpeza no início do mês, em comparação com o restante do período, “porque é época de pagamento”, explica a assistente de compras, Regiane Andrade Souza. Ela afirma que as vendas nesse segmento da rede cresceram 5% nos primeiros quatro meses deste ano.

“Em lojas de bairros de periferia vendem-se mais produtos com menores preços. Os mais sofisticados são mais procurados em bairros de maior poder aquisitivo”, comenta Regiane Andrade Souza.

O setor de materiais de limpeza é bastante amplo. Inclui os segmentos de limpeza de louça, de banheiro, de vidros, de móveis, lavagem de roupa, pisos e assoalhos, produtos para o lar (como saco de lixo, flanela) e limpadores (multiuso).

No varejo, eles são comercializados, basicamente, em supermercados, onde esses produtos participam com 7,85% do total das compras. Além disso, 36,25% dos consumidores compram algum produto de limpeza quando vão às lojas. As informações são da Pesquisa Consumer Check Brasil Total 2001, da revista Supergiro.

Mila Marques