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Investir em ações fica mais atraente com corte da taxa

Guarulhos, 18 de setembro de 2003

ArteO corte de dois pontos percentuais da taxa básica de juros, tem influência direta sobre os investimentos. Entre as várias opções que esse recuo oferece, ganha destaque o mercado de ações.

Há outra alternativas, como manter recursos em um fundo referenciado à taxa do CDI (rentabilidade pós-fixada) ou migrar para renda fixa (rentabilidade pré-fixada), por exemplo.

Por enquanto, há um “céu de brigadeiro” no curto e médio prazos, o que favorece alocar recursos no mercado acionário.

É consensual entre os analistas que não vale a pena migrar de um fundo DI para renda fixa, o destino tradicional dos investidores em um cenário de juros em queda.

“A diferença de ganho de um fundo para outro não está cobrindo a CPMF” (paga na movimentação dos recursos), diz o consultor financeiro João Marcos Cicarelli.

As opções de fundos

Para quem migrar recursos da poupança para um dos dois tipos de fundos, há respostas distintas, conforme a ótica do analista e o tempo da aplicação.

O administrador de investimentos Fábio Colombo, considera os fundos DI ainda o investimento para perfis conservadores. “O (fundo) DI sempre vai acompanhar o que o BC faz. Na renda fixa, o ganho vai depender do que o BC faz e do que o mercado espera”.

Os fundos de renda fixa são compostos em sua maior parte dos papéis com rentabilidade pré-fixada. Esses papéis têm ganho maior ou menor conforme as expectativas de queda mais ou menos acentuada da taxa Selic.

A essa altura, os ativos com rentabilidade pré-fixada, como um CDB, por exemplo, já embutem a redução esperada da taxa Selic. E, portanto, não mostrariam oportunidade de ganhos muito diferenciada para o investidor em relação a um DI.

O analista Mauro Giorgi tem outra opinião. Para ele, a renda fixa é mais recomendada. Isto porque os fundos de renda fixa ajustam sua rentabilidade com mais atraso que os fundos DI.

A diferença de ganhos entre uma e outra aplicação, na verdade, esgota-se com o tempo, porque a tendência é de convergência do retorno financeiro no tempo, diz ele.

Ações e câmbio

Os consultores são consensuais em recomendar que parte da carteira de investimentos do aplicador contemple ações.

A razão: a Bolsa ainda tem espaço para crescer porque ainda não recuperou as perdas dos três anos passados. Estima-se um crescimento até dezembro de até 10%, mantida a conjuntura atual: juros em queda, inflação sob controle e ausência de surpresas negativas no front externo.

Aplicar em fundos cambiais tem respostas mais complexas. A tendência do dólar é de valorização no médio prazo contra o real, o que justifica manter recursos em moeda estrangeira, com espaço também para o euro.

Há uma ressalva: a entrada de recursos externos pode manter o câmbio subvalorizado por algum tempo.

Epaminondas Neto