Indústria quer crédito cooperativo
As pequenas e médias indústrias cansaram-se de reclamar da dificuldade de acesso ao crédito nos bancos e decidiram: este ano, vão criar cooperativas de crédito. Até o final do primeiro semestre, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) deve finalizar o processo de regulamentação das instituições financeiras alternativas.
A idéia é que as cooperativas consigam oferecer crédito entre R$ 50 mil e R$ 100 mil às pequenas. Os juros devem ficar 30% abaixo do nível dos bancos – ou seja, um empréstimo para capital de giro que custa 7% ao mês no banco vai ter juros de 4,9% na cooperativa.
De olho na cadeia produtiva
De acordo com o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, Claudio Luiz Miquelin, a idéia é identificar três ou quatro regionais, do total de 43 da entidade, que englobe grandes cadeias produtivas ou mesmo cadeias produtivas completas. Elas terão as primeiras cooperativas de crédito da iniciativa.
Dessa forma, empresas de diferentes setores, mas interligadas, podem aproveitar a oferta de crédito. Indústrias de outras regiões, filiadas à Fiesp, também poderão tomar empréstimos. As regionais escolhidas serão as sedes das cooperativas.
Segundo Miquelin, depois de implantadas e consolidadas, a idéia é de que as cooperativas consigam oferecer crédito entre R$ 50 mil e R$ 100 mil por mês para as pequenas indústrias.
“Cansamos de pedir mudanças no sistema financeiro, sem sermos atendidos. Resolvemos preencher nós mesmos as lacunas que vivemos na área de crédito, que têm sido crescente”, desabafou o diretor da Fiesp.
“Com linhas mais acessíveis e baratas, a pequena indústria será mais competitiva e produtiva, sem mencionar a saúde financeira, que certamente melhorará bastante”, garante.
Paula Freitas