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Indústria química perde em faturamento e produção

Guarulhos, 03 de abril de 2002

A produção física da indústria química brasileira no ano passado caiu 5,7% em relação a 2000. O volume produzido atingiu 30,6 mil toneladas ante 32,4 mil toneladas do ano anterior. O faturamento líquido caiu 12%, atingindo a cifra de US$ 38,3 bilhões contra US$ 43,6 bilhões do período anterior.

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) explica que a redução no faturamento reflete, no cenário internacional, o desaquecimento da economia norte-americana e seus reflexos negativos, o excesso de oferta e, conseqüentemente, o declínio dos preços.

No mercado doméstico, a situação agravou-se com a elevação dos juros básicos, a crise de energia e os problemas na Argentina, que reduziram as exportações brasileiras.

Para explicar a queda na produção a Abiquim acrescenta que foi preciso reduzir a produção para economizar energia e reduzir o excedente gerado pelas quedas na exportação.

Fevereiro

Após subir 8,31% no mês de janeiro, a produção industrial sofreu queda de 4,85% em fevereiro deste ano. Segundo a Abiquim, a principal justificativa para a redução é o menor número de dias úteis do mês e a alta sazonal de produção em janeiro.

A queda do acumulado do bimestre, de 6,39% ante 2001, é resultado do aquecimento econômico e expectativas favoráveis registrados no primeiro bimestre daquele ano, que não se confirmaram no decorrer do período, afirma a Abiquim.

Refletindo a queda na produção, a capacidade ociosa subiu dois pontos e chegou a 27%. No acumulado do bimestre houve alta de 6% na ociosidade.

Em fevereiro os preços também subiram. A alta foi de 0,48% ante deflação de 4,14% em janeiro. Apesar da média bimestral indicar deflação de 3,68% em relação a 2001, os preços já sofrem as pressões do mercado internacional, que deve afetar o mercado ao longo do ano.

De janeiro de 1990 a fevereiro de 2002, mão-de-obra acumula queda de 58,58%. Segundo a Abiquim as reestruturações, fusões e privatizações de 1995 a 1999 foram as grandes responsáveis pela queda. Muitas empresas investiram em tecnologia, ganharam produtividade e deram início às demissões. A entidade acredita que grande parte dos profissionais tenham migrado para terceirização, mas não possui números que indiquem quantos foram absorvidos pelo mercado.