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Governo quer ampliar comércio entre Brasil e França

Guarulhos, 30 de janeiro de 2003

Em visita de um dia à capital francesa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu relações comerciais igualitárias entre os países para que os mercados em desenvolvimento possam crescer. “Desejo que o livre comércio seja para todos e não para alguns”, disse Lula, após reunião de duas horas com o presidente francês, Jacques Chirac.

Ele se referia não apenas ao comércio com a União Européia, mas também às negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Lula, que conversou sobre o tema com Chirac e, na segunda-feira (27) em Berlim, com o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, acredita que existe vontade política na Europa para isso. “Nossas relações políticas são perfeitas e nosso intercâmbio econômico é excelente”, disse Chirac, prometendo uma intensificação das relações entre os dois países.

O presidente francês, no entanto, não admitiu que há protecionismo na Europa. “É mais propaganda do que realidade. A Europa dá menos subsídio do que os Estados Unidos.” Já o presidente brasileiro ressaltou que por vezes as relações entre o Brasil e a França são mais sentimentais do que econômicas e afirmou que a balança comercial entre os dois países é de apenas 3 bilhões de dólares. Lula garantiu que fará um esforço “descomunal” para transformar esse cenário.

Iraque e África – Os líderes também conversaram sobre a possibilidade de guerra no Iraque. O presidente francês afirmou que as posições dos dois países são idênticas e Lula voltou a dizer que nada deverá ser feito sem a chancela do Conselho de Segurança da ONU. Chirac aproveitou para convidar o Brasil a integrar um grupo de países que se engajam em iniciativas em prol do desenvolvimento da África. O grupo liderado pela França, sob a denominação de “Nova parceria econômica para o desenvolvimento da África”, será integrado pelos países do G-8, além do Brasil. Ao chegar em Paris, Lula telefonou para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em temporada na capital francesa. Em seguida, foi a um encontro com o primeiro-ministro da França, Jean-Pierre Raffarin.