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Gestão e controle de custos determinam sobrevivência

Guarulhos, 26 de agosto de 2002

arteO grande dilema do micro e pequeno empresário brasileiro é sobreviver. Segundo o economista e contador César Abicalaffe, que estudou por 40 anos o ciclo de vida das empresas, o segredo da sobrevivência está na gestão responsável e no controle rigoroso dos custos. Ter sócios para dividir custos e trabalho, e um perfil empreendedor moderno também são fatores de sucesso.

De acordo com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-SP), a maioria das empresas de pequeno porte morre antes de completar cinco anos, e o principal motivo é a gestão.

Para Abicalaffe, o ideal é a empresa ter quatro sócios: um com perfil mais sonhador, que é o empreendedor em si; outro com perfil de produção, mais realista, para implementar o que for preciso; outro com perfil investigador, geralmente o administrador; e um mais flexível, que ajuda a integrar o grupo.

De acordo com a pesquisa de Abicallaffe, apresentada no IV Encontro das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Enescap/Nordeste), o ciclo de vida das empresas passa por sete fases. “Para gerir bem seu negócio, o empresário precisa identificar em que fase está”, diz ele.

Perfil do empresário

Além da gestão, o perfil do empresário também influi no comportamento da empresa. Abicalaffe divide os empresários em quatro tipos. Cerca de 2% ele classifica como gangster: “É aquele que faz qualquer coisa para sobreviver. Hipoteca o imóvel, vende fiado, pega empréstimo sem poder pagar “ou seja, é suicida e leva a empresa à falência com rapidez”. Outra parcela de 8% ele chama de tartarugas neuróticas, que não conseguem ser práticos, estão sempre desatualizados e sempre estressados com tudo.

O tipo mais comum, segundo o economista, é o do superempresário, muito típico em micros e pequenas empresas.Eles chegam a 85% dos empresários do País, e são facilmente reconhecidos. “Eles dormem 4 horas por noite, fazem tudo correndo, estão sempre cansados, não têm tempo para a família, levam trabalho para a casa, não têm tempo para se atualizar “enfim, levam desesperadamente a empresa nas costas”.

A postura correta, diz o consultor, é adotada por apenas 5% dos empresários, que ele chama de empresário moderno. “Ele curte a vida, dá atenção à família, acredita na sua equipe e, principalmente, usa todos os recursos da contabilidade para controlar seu negócio”, diz.

Priscilla Negrão