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Fórum tentará reaver confiança na economia

Guarulhos, 23 de janeiro de 2003

Dirigentes políticos e empresários do mundo todo se reúnem a partir desta quinta-feira dia 23 de janeiro no Fórum Econômico Mundial, que este ano vai se centrar no restabelecimento da confiança dos investidores, gravemente afetada pelos escândalos empresariais. Tanto os organizadores do Fórum quanto os analistas destacam que a reunião não servirá desta vez de plataforma para o auto-elogio dos até pouco tempo chamados “senhores do universo”.

Muitos desses global players da economia são hoje ídolos que caíram de seus pedestais – as imagens de alguns deles levados algemados pela polícia foram vistas no mundo todo. Altos executivos considerados como os gênios da chamada nova economia, que prometiam um crescimento sem limites, ficaram na melhor das hipóteses como charlatões e na pior como simples fraudadores. Alguns dos que saíram imunes desses escândalos, sem a arrogância de sempre, voltam agora a Davos para tentar devolver essa confiança perdida.

Amostra da necessidade disso foi dada com a divulgação de relatório da ONG Transparência Internacional apontando forte queda na confiança nas empresas após a série de escândalos corporativos.

– Esses escândalos devolveram à realidade os acionistas e administradores de fundos de pensão. O público não se fia mais nos livros de contabilidade nem na imagem que eles dão do estado das finanças das empresas – resumiu Peter Eigen, presidente da ONG.

Diante disso, analistas consideram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursará no próximo domingo como “líder sul-americano” em Davos, onde será recebido “com os braços abertos” pelo Fórum, que precisa integrar setores críticos com a globalização para “restaurar a confiança”.

– Lula falará em Davos como líder da América do Sul e como um dos maiores responsáveis políticos da comunidade internacional – considerou Jean-Francois Deluchey, do Instituto de Altos Estudos da América Latina da França.