Faturamento dos supermercados cai 4,7% em junho
Há uma máxima em momentos de crise que prega que todo mundo precisa comer e beber e, portanto, as vendas de alimentos e bebidas tendem a sofrer menos nessas épocas difíceis. Realmente, pesquisas realizadas pelo IBGE e por associações da indústria e do comércio revelam que as vendas de bens duráveis, como eletroeletrônicos, móveis e carros foram as mais atingidas neste ano por conta da retração econômica.
No entanto, um indicador de consumo divulgado nesta terça-feira, 28/07, pela Abras, associação que reúne os supermercados, revela que a crise está atingindo em cheio até quem vende alimentos e bebidas.
O faturamento real do setor de supermercados caiu 4,72% em junho de 2015 sobre maio, segundo a Abras. Na comparação com maio de 2014, a queda foi de 3,04%. De janeiro a junho, as vendas ficaram estáveis quando comparadas com o mesmo período de 2014.
“Esses números revelam o tamanho da crise no Brasil. Até mesmo as vendas de alimentos estão caindo. A nossa estimativa é que os números do Estado de São Paulo sejam ainda piores do que esses do país”, afirmou Álvaro Furtado, presidente do Sincovaga, sindicato que representa 42 mil pequenos supermercadistas paulistas.
O maior endividamento do consumidor e o aumento da inflação e dos juros tiraram o poder de compra do brasileiro, diz Furtado. “O consumidor não tem confiança na economia, no emprego. Os números revelam também que todas as conquistas das classes C e D estão sendo perdidas”, afirma.
(Com informações de Fátima Fernandes, do Diário do Comércio)