Empresas prevêem forte recuperação das vendas
Nem mesmo a instabilidade do petróleo, que tende a brecar a redução das taxas de juros e a dificultar o cumprimento das metas de inflação, está desestimulando as empresas. A expectativa é de que haja crescimento expressivo do faturamento neste ano, em muitos casos explicado pelo bom desempenho das exportações, na opinião dos empresários que participaram ontem da entrega do prêmio Executivo de Valor.
Um exemplo disso é a avaliação de José Tadeu Alves, diretor-presidente da Merck Sharp & Dohme, que espera um faturamento de US$ 186 milhões, cerca de 20% maior que os US$ 150 milhões do ano passado. Já a São Paulo Alpargatas prevê dobrar suas exportações por conta do dólar, informou seu presidente, Fernando Tigre.
Mais do que o petróleo e a crise da Argentina, o que preocupa e atrapalha os negócios são os juros, considerados muito altos. O presidente da Gradiente, Eugênio Staub, disse que o Banco Central tem sido conservador em sua política de juros, cujos patamares são “insustentáveis”. Roberto Setubal, presidente do Banco Itaú, defendeu a ncessidade de uma política fiscal ainda mais rigorosa para viabilizar a queda dos juros – “elemento central” para possibilitar um crescimento econômico entre 5% e 6%.
Também há consenso entre os principais executivos do país sobre qual deve ser a primeira medida na área econômica a ser adotada pelo próximo presidente da República. Com raras exceções, eles indicaram a reforma tributária como primordial. Para Carlos Ribeiro, presidente da HP Brasil, a primeira medida que o novo governo deve adotar é mudar a cara da tributação no país e realizar as demais reformas, em especial a política.