Empresário defende reforma tributária
O presidente da Fiat brasileira, responsável pela Fiat Automóveis da América Latina e membro do conselho executivo da Fiat Group, Cledorvino Belini, defendeu em workshop promovido pelo grupo de Jovens Líderes Empresariais, a reforma tributária como solução definitiva para o crescimento sustentável do setor automotivo e, consequentemente, da economia nacional. O presidente da montadora lembrou o valor da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis que resultou na venda de pelo menos 300 mil unidades. “É uma parcela expressiva das vendas que somaram 2,9 milhões de unidades neste ano”, disse Belini.
O executivo aposta na alta das vendas para o ano que vem, mesmo sem o desconto do IPI ou outras reformas tributárias imediatas. “Mantemos nossos investimentos de US$ 5 bilhões para o biênio 2008/2010”, completou o dirigente da Fiat, sem querer antecipar qualquer informação a respeito dos planos para o biênio 2011/2012.
“O setor tem condições de ultrapassar, até 2015, a atual capacidade de produção de 4 milhões para 5 milhões de unidades, destinando 4 milhões para o mercado interno e 1 milhão para exportando”, disse.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, que participou do encontro, lembrou a luta dos empresários no início da década de 90 para redução de impostos para veículos durante uma séria crise financeira da economia nacional.
“Com o estímulo, a produção passou de 600 mil unidades, em 1992, para 2 milhões de veículos, em 1997. O governo precisa ter essa memória para voltar a incentivar a produção, reduzindo impostos”, afirmou Burti. “Mesmo porque a redução, com o aquecimento das vendas, retorna em aumento de arrecadação”, disse. Para Burti, no entanto, além da reforma tributária, é importante também a reforma política, que pode propiciar avanços também na economia.
Vendas – Para o presidente da Fiat, a boa perspectiva de vendas no mercado interno não será acompanhada pelas exportações. Segundo Belini, o câmbio é um fator negativo para que as montadoras instaladas no Brasil possam colocar seus produtos em outros países. Por isso, o executivo defende reformas mais profundas. “Nossa poupança interna é muito baixa”, observou. Outro problema da competitividade do setor no exterior é o peso tributário. “Temos um custo adicional de 5,8% somente de tributos no preço dos automóveis para a exportação”, lembrou o dirigente.
A Fiat, hoje, é líder no ranking das montadoras brasileiras. Em outubro deste ano, manteve a liderança mensal de vendas pela sétima vez consecutiva com o emplacamento de 67.988 automóveis comerciais leves. O volume garantiu à companhia italiana 24,2% de participação no mercado nacional de veículos leves.
No acumulado do ano, a empresa totalizou 610.710 unidades emplacadas, somando 24,5% do mercado, segundo levantamentos da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (Anfavea) sobre dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan). “A liderança é a consequência de um trabalho constante tanto com os fornecedores quanto com os revendedores e os clientes”, resumiu o dirigente da Fiat.