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Dinheiro misturado, confusão nos negócios

Guarulhos, 20 de fevereiro de 2014

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Quando se fala em gestão de empresas, a “confusão patrimonial”, ou seja, a mistura do patrimônio da pessoa jurídica com as contas da pessoa física, é um dos principais obstáculos para o desenvolvimento de um negócio.

A constatação é do levantamento conjunto da LCC Auditores e Consultores e da Marques de Oliveira Advogados, realizado junto a 50 pequenas e médias empresas (PMEs) nos últimos dois anos.

Apesar da (falsa) percepção de estar sempre no azul, o controle de gastos difuso, os riscos de contingências financeiras desproporcionais ao porte da empresa – como pagamento de impostos muito além do que é devido – e os resultados financeiros inconsistentes são produtos desse modelo de gestão baseado na tal “contabilidade mental” e na falta de transparência dos números.

Pagar a empregada com dinheiro da empresa, ou comprar um carro em nome da “firma” são exemplos dessa confusão, que aparece quando o fluxo de caixa começa a estourar porque o empresário perdeu a noção do que entra e sai de dinheiro, diz Marcello Lopes, consultor-titular da LCC.

“Só quando você conversa com a pessoa, avalia como faz os pagamentos e retiradas da empresa e chega aos registros contábeis aparece a confusão violenta, porque os relatórios são feitos sem critério técnicos. Infelizmente, a maioria acredita que contador só serve para calcular imposto. E mesmo constatando o problema, muitos resistem à mudança”, diz o consultor Lopes.