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Demanda mais fraca não garante corte nos juros

Guarulhos, 17 de maio de 2002

A queda da demanda não será o fator predominante para o corte de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, semana que vem. Segundo o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o arrefecimento da demanda deverá ser analisado pelo Copom junto com outros indicadores.

– Vamos nos reunir seguindo as mesmas metodologias que têm nos pautado desde o início. Não vamos examinar só a demanda, mas um conjunto de fatores que podem influenciar a trajetória futura de inflação. A partir daí, tomaremos nossa decisão.

O presidente do Banco Central afirmou ainda que a economia apresentava trajetória de recuperação que foi interrompida e agora dá sinais de arrefecimento.

– É difícil prever qual será a direção daqui para a frente. Vivemos um momento de certa tensão, embora os indicadores financeiros emitam sinais positivos.

Para Armínio, o desaquecimento da economia é um fenômeno conjuntural e não estrutural.

– Nosso estrutural caminha na direção certa, com mais eficiência e mais equilíbrio fiscal – explicou, referindo-se ao controle da inflação e ao cumprimento das metas fiscais.

Segundo o presidente do BC, o temor daqui para a frente é quanto ao encaminhamento dessas variáveis.

– Talvez o medo que esteja sendo discutido hoje seja em relação ao futuro dessas variáveis e é isso que impacta o presente – afirmou Armínio numa clara referência às eleições presidenciais, acrescentando ter um visão positiva do que virá, “pois é do interesse de qualquer que seja o futuro governante continuar as bases para o país crescer'.

– Não vejo saída, a não ser respeitar essa equação.

Ana Cristina Duarte