Dólar caro afeta vendas e o lucro da pequena empresa
Pesquisas do Sebrae-SP indicam que faturamento médio caiu 4,9% em junho e 22% no semestre. Custos subiram e 79% das empresas tiveram de reduzir lucro.
Os custos das pequenas empresas estão sendo afetados pela alta do dólar, obrigando a maioria a achatar ainda mais as margens de lucro. Segundo pesquisa feita em junho pelo Sebrae-SP em parceria com a Fipe, declararam que os custos de materiais e mercadorias subiram em relação ao mesmo período do ano passado.
O economista do Sebrae-SP, Pedro João Gonçalves, destaca entre os principais fatores que levaram a esse cenário aumentos de tarifas e a pressão sobre o câmbio já a partir do segundo trimestre deste ano.
Queda
O faturamento das micro e pequenas empresas, de acordo com levantamento do Sebrae-SP e fundação Seade, voltou a registrar queda em junho frente ao mês anterior, de 4,9% em média. O pior resultado foi da indústria, com recuo de 7,2%, seguido do comércio, com queda de 6,2%, e serviços, que ficou estável. Gonçalves lembra como fatores negativos a disparada do dólar e alta do risco-país, que fizeram aumentar a insegurança entre os agentes econômicos, além da decisão do Banco Central, naquele mês, de manter o juro básico (Selic) elevado, em 18,5% ao ano.
“Dólar caro significa inflação mais alta, o que deprime o poder de compra dos consumidores e atinge diretamente as pequenas empresas”, diz o economista.
No balanço do ano, a situação é mais complicada. O faturamento médio acumula queda de 22,1% em comparação com igual período do ano anterior. Os índices que medem Pessoal Ocupado e Gastos com Salário em junho tiveram variação, respectivamente, de – 0,2% e +0,5% frente a maio. No primeiro semestre, a taxa de pessoal ocupado está 14,3% abaixo de igual período de 2001.
“As pequenas empresas devem redobrar a cautela na gestão de custos, sobretudo em setores que trabalham com importados ou parte da matéria-prima importada”, diz o economista do Sebrae, Marco Bedê.
Sandra Motta