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Confiança em patamar pré-crise, aponta INC

Guarulhos, 09 de dezembro de 2009

O Índice Nacional de Confiança (INC), medido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com o Instituto Ipsos, subiu pelo sétimo mês consecutivo em novembro, atingindo patamares verificados antes da crise. O INC de novembro marcou 138 pontos – o índice varia de zero a 200 pontos –, o que representou uma elevação de 2 pontos percentuais em comparação ao mês de outubro.

Pelo levantamento, um dos reflexos do aumento da confiança é a melhora verificada na disposição do consumidor para comprar bens de maior valor agregado. No mês de outubro, 31%% dos entrevistados se mostravam receosos em adquirir produtos desse tipo. Esse percentual caiu para 28% em novembro.

O consumidor também está mais otimista com relação ao futuro da economia da região na qual vive. Para 46% dos entrevistados, a situação regional estará mais forte nos próximos seis meses. Em outubro, esse otimismo era registrado por 45% dos pesquisados.

Os que responderam estar pessimistas com relação ao futuro da economia regional mantiveram-se estabilizados em 12% em novembro, mesmo patamar do mês anterior. O padrão se verifica com relação às perspectivas futuras da própria situação financeira. Para 60% dos entrevistados no mês passado, ela estará melhor dentro de seis meses. Em outubro, os otimistas eram 59%. Já os que acreditam que a própria situação financeira vai piorar foram 9%, como em outubro.

Para Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), os últimos resultados aferidos pelo INC permitem aos varejistas manter o otimismo neste final de ano. “Mais uma vez todos os indicadores levam à certeza de que teremos um final de ano muito bom, sobretudo, considerando o período pós-crise. Portanto, não há qualquer razão para que não sejamos otimistas”, diz.

Os maiores índices de otimismo costumam ser verificados nas regiões Norte e Centro-Oeste do País. Em novembro, essa também foi a realidade, com o INC marcando 157 pontos nessas regiões. A região Sul vem em seguida, com 152 pontos, a Sudeste com 145 pontos e a menos confiante foi a região Nordeste, registrando 109 pontos.

“O Centro-Oeste e o Norte vem recebendo altos investimentos. Também são áreas fortes no agronegócio, que de certa maneira sustenta a economia brasileira. Já no Nordeste ainda há muita desigualdade, o que reflete na confiança”, diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.

O lado negativo do levantamento de novembro foi a diminuição da sensação de estabilidade de emprego. Embora o percentual de entrevistados mais confiantes em relação à estabilidade atual no emprego esteja em 36%, acima daqueles que se dizem menos confiantes (29%), o resultado de outubro apontava, respectivamente, 39% e 28%.

Para Alfieri, a variação ainda não preocupa, pois está dentro da margem de erro da pesquisa. Para ele, o resultado do INC revela que são boas as perspectivas para o próximo ano. “A confiança em 2010 pode melhorar ainda mais. Teremos eleições, e os discursos políticos otimistas estimulam a confiança. Além disso, a economia deve estar aquecida, com preparativos para a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos”, diz.