Confiança do micro e pequeno empresário piora
Os micro e pequenos empresários do varejo estão pessimistas em relação ao futuro, a despeito dos esforços da equipe econômica para resgatar a confiança na economia.
De acordo com o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário do Varejo e Serviços (ICMPE), lançado nesta terça-feira, 09/06, pelo SPC Brasil, a confiança desses empresários atingiu 37,6 pontos em maio. O resultado está abaixo da marca de 50 pontos, que separa otimismo de pessimismo numa escala de zero a 100 pontos.
O Indicador de Confiança é composto por dois outros indicadores: Condições Gerais e Expectativas. O primeiro, que mede a percepção do empresário com a trajetória da economia e do seu negócio nos últimos seis meses registrou 23,39 pontos.
“O resultado indica que, na percepção dos entrevistados, houve piora bastante sensível nas condições gerais”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. Já o indicador de expectativas do empresário com relação aos próximos meses, tanto para a economia quanto para os negócios, marcou 46,69 pontos. “O resultado reflete desconfiança com os rumos da economia num futuro próximo”, diz.
“Isto reflete bem o momento de crise que o País passa”, opina a diretora do Empreendedor Individual da ACE-Guarulhos, Silvana Araújo. “A desconfiança se dá pela falta de firmeza e clareza por parte do governo. Apesar dos discursos, o que sentimos na realidade é a dificuldade de girar a moeda e de credibilidade dos recebíveis dentro do prazo”, completa.
Chamou a atenção da economista Marcela Kawauti o fato de, no âmbito do dado de expectativas, as expectativas para os negócios terem atingido 55,11 pontos, enquanto as expectativas para a economia terem ficado em 38,37 pontos.
O Indicador de Condições Gerais ficou em 23,39 pontos, as Condições Gerais dos negócios, em 30,18 pontos e as Condições Gerais da Economia, em 16,6. “Quando se trata da situação do próprio negócio, em que o sucesso depende mais do esforço do próprio empresário, a confiança é maior que o indicador das Condições Gerais da economia”, afirma.
“O momento pede cautela e muito esforço individual de cada empresário, independente de seu tamanho, pois o descontentamento com as medidas gerais não agradam e não convencem”, aponta Silvana.