Comércio espera aumento de vendas para o Dia das Mães
Como não poderia deixar de ser, o comércio está de olho no Dia das Mães – data que é considerada a segunda melhor do ano para o varejo, depois do Natal. Para 2002, as expectativas variam conforme os setores. Alguns apostam num empate em relação ao ano passado. Outros chegam a prever até 30% de aumento. Um dos mais otimistas é o segmento de eletroeletrônicos, que terá no Dia das Mães a principal oportunidade de vendas desde o final do racionamento.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a indústria já registrou em março um aumento de vendas da ordem de 30%, em relação a fevereiro. Isso, segundo o presidente da entidade, Paulo Saab, reflete as encomendas para o Dia das Mães. O empresário aposta em novo salto em abril, também em comparação com o desempenho de 2001, mas prefere não arriscar números antes do fechamento do balanço mensal.
Confecção – O setor de confecções, porém, ainda “anda de lado”. O tempo quente e seco dos últimos dias atrapalhou a entrada da coleção outono/inverno. Apesar disso, o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário Feminino e Infanto-Juvenil de São Paulo (Sindivest), Stefanos Anastassiadis, disse que, de forma geral, não houve cancelamento dos pedidos da nova coleção. Anastassiadis tem mantido um otimismo “moderado”. Ele afirma que as vendas deste ano têm se mantido no mesmo ritmo de 2001, que já foi morno. “Não houve cancelamento de pedidos, mas as vendas foram moderadas”. Se São Pedro der uma “mãozinha” e o clima esfriar, o empresário aposta em melhora. “A exemplo do que aconteceu no ano passado, o clima mais ameno deve se instalar no começo de maio. Isso vai ajudar o comércio a vender muito presente em roupas para as mães”.
O presidente do Sindivest lembra que, nos últimos anos, as confecções paulistas estão apostando numa moda mais leve e, por isso, o encalhe de mercadoria é menor. “O que muda são apenas as cores, padronagens e estilo das roupas, mas os tecidos continuam leves”, diz. Somente a moda que vai para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina é produzida em tecidos mais pesados. Essa é a estratégia da paulista Prelude, rede especializada em moda feminina, que tem 20 lojas. Para atingir o crescimento esperado de 10% para este ano, em relação a 2001, a empresa investiu numa coleção de tecidos mais leves e com variedade de itens. “Nos últimos sete anos, tivemos apenas um com inverno mais rigoroso, que foi o ano 2000”, comenta o diretor comercial da rede, Sérgio Levinzon.
Juro – Para o comércio em geral, as perspectivas são de elevação, frente ao mesmo período de 2001, são modestas. O economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo, diz que a tendência é de um aumento de de 2% a 3% no número de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e ao UseCheque – sinalizadores de vendas a prazo e à vista. Para Alfieri, o desempenho poderia ser melhor se o governo tivesse mantido a política de redução da taxa de juro.
Teresinha Matos