Comércio é salvo pelo crediário no fim do ano
O Natal deste ano poderá se equiparar ao de 2000, o melhor desde 1990 nas vendas a prazo, normalmente a forma de pagamento preferida para as compras de produtos de maior valor. Na reta de chegada do melhor mês de vendas para o comércio, os indicadores da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) apontam para esta direção. Até quinta-feira, 18, o número de consultas para compras no crediário somava 1,169 milhão – marca 8,2% acima do mesmo período de 2002. Se essa taxa de crescimento for mantida até o fim do mês, dezembro poderá fechar com algo muito próximo a 1,924 milhão de consultas, nível registrado em dezembro de 2000.
“Esse resultado é bom para as circunstâncias”, pondera o economista da ACSP, Marcel Solimeo. É que por dois anos consecutivos, 2001 e 2002, o crediário encolheu – 4,9% e 1,7%, respectivamente – em dezembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Prazos esticados
O motivo do recuo nos dois últimos anos foi a política monetária austera, que resultou na alta dos juros e no encurtamento de prazos ao consumidor. O momento atual é exatamente o oposto, isto é, de distensão: custos financeiros em queda e prazos do crediário esticados.
Por causa disso, o economista ressalta que o parcelamento de longo prazo neste Natal tornou possível comprar um DVD como se o consumidor estivesse levando para casa um CD a cada mês.