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Cartões podem faturar quase R$ 100 bi no ano

Guarulhos, 04 de fevereiro de 2004

O faturamento do mercado de cartões de crédito poderá atingir R$ 97,65 bilhões até o final do ano, segundo projeção apresentada pela Credicard. Se efetivar, o desempenho representará um avanço de 17% em relação aos R$ 82,7 bilhões alcançados em 2003, quando o avanço foi de quase 20%.

Com a engorda de R$ 15 bilhões do setor – frente ao aumento de R$ 13,5 bilhões registrado em 2003 -, a participação do cartão de crédito no consumo privado, tanto de pessoas físicas quanto de empresas, deve passar de 9,1% para 9,7% até dezembro. “Nos Estados Unidos, por exemplo, esse número fica próximo de 20%”, disse Roberto Lima, presidente do Grupo Credicard. Segundo o estudo, o crescimento real do faturamento do setor, descontado-se a inflação apurada pelo IPCA, estimada entre 6% e 6,5%, poderá ser de mais de 10% – no ano passado, com IPCA de 9,80%, o crescimento real do mercado foi de 8,7%.

O estudo da Credicard afirma que a velocidade de migração dos meios de pagamento será mantida, “sem tendência a ser alterada”, com ganho de espaço dos cartões em detrimento da participação dos cheques. A empresa estima que a participação do cheque como meio de pagamento passará dos 17,4% em 2003 para 16,2% neste ano.

Desde 2000, aponta o estudo, que cita dados do Banco Central, o cheque especial perdeu um ponto percentual ao ano, em média, de participação como instrumento de operações de crédito, caindo de 20% para estimados 16,2% em 2004. Nessa modalidade, o cartão de crédito passou de 7,8% em 2000 para 11,4% em 2003, devendo fechar 2004 em 12,4%. O crédito pessoal, ainda largamente à frente das outras modalidades no quesito, respondia por 44% em 2000, podendo chegar a 50,3% até o final do ano.

A média de cada transação feita com cartão, chamada, segundo o jargão do setor, de ticket médio, pode estar próxima de um ponto de inflexão. O número foi de R$ 79,00 no mês passado e deve ser de R$ 77,00 em fevereiro, mesmo volume previsto para todo o ano. “Mas, se esse número cair, isso não é um mau sinal. O ticket médio cai porque hoje o uso é mais corriqueiro”, diz Lima.

Patrick Cruz