Cartões faturam R$ 82,7 bi em 2003
O mercado de cartões de crédito cresceu 19,4% em 2003, atingindo um faturamento a R$ 82,7 bilhões, segundo os dados preliminares apontados pela pesquisa Indicadores do Mercado Brasileiro de Meios Eletrônicos de Pagamento, elaborada pela Credicard. Com as 108 milhões de transações estimadas para este mês, o setor deverá superar, pela primeira vez, a barreira de um bilhão de compras com cartão em um único ano. O número chegará a 1,083 bilhão de transações, de acordo com a pesquisa, em comparação com as 940 milhões registradas em 2002.
Roberto Lima, presidente da Credicard, diz que o setor preparava-se para um ano ruim, mas que, contrariando essa expectativa, 2003 foi “excepcional” – o faturamento da indústria de cartões de crédito em 2002 foi de R$ 69,3 bilhões, número 18,3% superior ao do ano anterior. Em 2003, o faturamento da indústria passou a representar 9,1% do consumo privado nacional, de R$ 912 bilhões (conta que inclui pessoas físicas e empresas).
O motor do crescimento do setor, diz Lima, foi mais uma vez a substituição dos meios de pagamento, com os cartões tomando o espaço antes ocupado pelas compras feitas com cheque. O estudo da Credicard cita número apurados pelo Banco Central, pelas bandeiras de cartão e pela própria empresa.
Em pesquisas futuras, diz Lima, a disseminação do uso do dinheiro de plástico poderá começar a ser sentida na queda do montante médio de cada transação (o que no mercado é comumente chamado de “ticket médio”). Crescem de forma acelerada o faturamento do setor, o número de transações, a base de cartões (subiu de 40,8 milhões em 2002 para 42,1 milhões neste ano), mas o ticket médio passou de R$ 74,00 para R$ 76,00, um avanço de menos de 3%. “Com a massificação, a tendência é que essa média caia, já que as pessoas acabam usando o cartão para situações mais corriqueiras, como compras em uma banca de jornal ou em uma padaria”, disse Lima.
Patrick Cruz