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Cartão substituirá vale de papel em compras

Guarulhos, 30 de abril de 2002

artePara evitar o uso indevido e as fraudes na utilização dos vales alimentação de papel como meio de pagamento, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), constituiu uma comissão especial com membros do segmento, que estão cuidando da migração desta forma de pagamento para a adoção dos vales na forma de cartão eletrônico. “A medida deverá ser adotada em breve, pois conta com o endosso dos nossos filiados, mas ainda não foi fixada a data para isso”, diz Nino Anelle, gerente geral da Abras.

Segundo Anelle, os vales de papel têm ocasionado vários tipos de problema como fraudes e transtornos nas operações de caixa, pois muitas vezes o material é de má qualidade, o que impede a sua aceitação. Acrescentou que, por esta razão, há muito tempo a entidade se preocupa com a questão e provocou uma reunião com os supermercados para um estudo conjunto sobre o assunto, por intermédio do seu comitê de meios de pagamentos, do qual fazem parte várias empresas. “Para não criar pânico no mercado, tratamos do problema com representantes de vários supermercados e houve unanimidade quanto à necessidade de efetuar a migração do papel para o cartão eletrônico.”

Segundo Artur Almeida, presidente da Associação das Empresas de Refeição, Alimentação – Convênio para o Trabalhador ( ASSERT), a troca do tíquete-papel por cartão eletrônico tem por objetivo fortalecer o Programa de Alimentação do Trabalhador ( PAT) “oferecendo um instrumento mais seguro, que evita o uso indevido e as fraudes na utilização do vale”.

Dos 2,5 milhões de trabalhadores que recebem vale-alimentação, 600 mil já possuem os cartões eletrônicos, que representam 4,5% a 5,2% da receita dos supermercados. Existe uma expectativa no mercado que, até dezembro, pelo menos 80% dos trabalhadores que usam vale-alimentação passem a utilizar o vale-alimentação eletrônico.

Com o novo sistema, os trabalhadores levarão vantagem, pois o cartão terá uma senha pessoal e em caso de perda bastará comunicar à empresa que o administra para bloqueá-lo. O trabalhador receberá então um novo documento, com os créditos existentes em seu cartão anterior.

Na avaliação de alguns analistas, a idéia é que com a troca do papel por cartão eletrônico, as empresas desenvolvam serviços de teleatendimento, como já fazem as demais operadoras de cartões, com funcionamento 24 horas por dia. As empresas já investiram mais de R$ 100 milhões nos últimos anos para a migração do papel para o cartão eletrônico, tentando, assim, acabar com o mercado paralelo onde vales-alimentação e vales-refeição não são utilizados para pagamento de alimentos, e sim de bebidas alcoólicas ou cigarros.

Celia Moreira