Campanha do Sincopetro pretende moralizar o cheque
Somente no mês de agosto, os 10 maiores bancos do país lucraram 88 milhões de reais com cheques devolvidos
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouvêa, mostrou dados colhidos pelo sindicato que justificam a Campanha de Moralização do Cheque, durante o 4º Congresso da Facesp e 32º Seminário dos SCPCs, em Marília, na semana passada.
A campanha começou em setembro com a arrecadação, entre comerciantes paulistas, de mais de um milhão de cheques devolvidos de clientes. Esses cheques foram levados à audiência pública ocorrida na Câmara dos Deputados, em Brasília, no Distrito Federal.
Conforme dados do Sincopetro levantados junto ao Banco Central, somente no mês de agosto, os 10 maiores bancos do Brasil incluíram no Cadastro de Emitentes de Cheques sem fundos (CCF) mais de 2,7 milhões de correntistas por devolução de cheques sem fundos pela segunda vez (alínea 12). “Os 10 maiores bancos do país acumularam mais de 88 milhões de reais com a cobrança de taxas de cheques devolvidos”, diz Gouvêa. As instituições financeiras que recebem maior número de reclamações foram os bancos HSBC, Banco do Brasil, Unibanco, Bradesco e Santander – Banespa.
O grande problema é que as taxas bancárias cobradas sobre os cheques devolvidos geram um lucro imenso para os bancos. Mas, o que é mais agravante segundo o presidente, as instituições financeiras não têm a intenção de moralizar o cheque, porque obtém lucro com as taxas cobradas pelas devoluções.
A partir disso, com a campanha pretende-se criar mecanismos que obriguem as instituições financeiras a cumprirem a legislação, recuperar os prejuízos causados ao comércio e garantir o pagamento do cheque. “A briga é responsabilidade dos bancos sobre o cheque que é dado para o cliente. Eu não quero brigar com os bancos, só quero o nosso dinheiro” disse o presidentedo Sincopetro.