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Boas perspectivas para o Brasil

Guarulhos, 23 de janeiro de 2004

O Fundo Monetário Internacional mostra-se otimista com as perspectivas econômicas do Brasil, mas aponta fatores que podem representar riscos, como a alta taxa de juros, o orçamento rígido, a desigualdade social e o clima empresarial.

“Tendo em mente que precisamos sempre nos manter céticos… eu acho que as autoridades indicaram que não estão poupando esforços e acho que, além da força institucional demonstrada no ano passado, há muitas razões para sermos cautelosamente otimistas”, afirmou Philip Gerson, que chefia a divisão do Atlântico do FMI e é a principal pessoa para o Brasil, durante um painel de discussão no Instituto Empresarial Americano.

Ele disse que o crescimento no Brasil tem sido decepcionante, mas que a indicação é de que a expansão no médio prazo deve ficar entre 3,5 e 4,0%. Gerson afirmou ser “perigoso” fazer uma previsão mais específica para 2005 sem saber quais tipos de choques externos poderiam afetar o país.

Segundo Gerson, as mudanças estruturais e a eventual redução na relação dívida/PIB deve ajudar a reduzir a taxa de juros, e qualquer progresso na direção da independência do Banco Central também ajudaria no corte de juros.

O executivo não quis comentar a decisão do Copom de manter a taxa de juros inalterada em 16,5% ao ano. O Brasil tem um acordo com o FMI no valor de US$ 14,8 bilhões, que termina no final deste ano, e já indicou que não pretende renovar o programa.