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BC prepara a segunda etapa do SPB

Guarulhos, 26 de agosto de 2002

Os planos do Banco Central para a segunda etapa da reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) não se limitam a modernizar e tornar mais seguras as transações de pequeno valor. Com foco no varejo, o projeto ” SPB 2 ” também tem como objetivo promover um grande compartilhamento da infra-estrutura física da rede bancária, em especial os terminais de auto-atendimento. A idéia é que, dentro de dois ou três anos, clientes de todos os bancos possam acessar suas contas usando o equipamento de qualquer outra instituição bancária.

A informação é do chefe do Departamento de Operações Bancárias do Banco Central (Deban), José Antônio Marciano. “Não vamos obrigar, mas vamos induzir os bancos a isso”, disse ele, em entrevista ao Valor. Num futuro não muito distante, portanto, clientes do Bradesco ou do Banco do Brasil, por exemplo, teriam possibilidade de fazer um saque ou tirar um extrato por intermédio do terminal de um banco concorrente – seja ele Itaú, Unibanco, Real, Caixa Econômica Federal ou outro – e vice-versa. Enfim, caixas eletrônicos de todos os bancos seriam interligados de uma forma tal que pudessem ser usados por correntistas de todos os demais.

O BC entende que, além de ser um elemento de comodidade para os correntistas, o compartilhamento estimularia e propiciaria o uso de meios eletrônicos, mais seguros para pagamentos de pequeno valor. Para o sistema financeiro, traria uma significativa redução de custos – o que também poderia ter impacto na ponta, já que favoreceria redução de juros e/ou tarifas.

Conforme Marciano, devido ao baixo grau de integração das redes de atendimento dos bancos, a utilização da capacidade instalada dos equipamentos está muito aquém do que poderia ser. Isso torna o custo de manutenção e de expansão das redes maior do que deveria ser.

Experiências de compartilhamento de rede bancária já existem no Brasil. Mas para o Banco Central, que quer uma interligação mais completa, “a interoperabilidade entre as redes dos bancos ainda é baixa” para viabilizar o uso de formas novas e mais seguras de pagamentos eletrônicos de varejo, alvo do SPB 2.

Para Marciano, as experiências já existentes mostram que, além de possível, o compartilhamento de redes é bom para clientes e bancos.