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Bancos estão dando mais empréstimos pré-aprovados

Guarulhos, 09 de maio de 2002

Num momento em que as instituições deixam de engordar seus lucros justamente por fechar as torneiras, emprestar para quem tem histórico de bom pagador pode ser a estratégia mais recomendada para evitar saltos de inadimplência, que se estabilizou acima dos 14%.

No fim do primeiro trimestre, a carteira pessoas física doBanco do Brasil (BB) somava R$ 9,7 bilhões, sendo que R$ 7 bilhões se referiam à tomada de dinheiro previamente habilitado. Na comparação com o total disponível, R$ 35 bilhões, a utilização até que é pequena. “Com o crédito pré-aprovado você tira o constrangimento de o cliente solicitar empréstimos”, diz o gerente executivo de Varejo do BB, César Munhoz.

Conforme defende, o fato de a concessão ser baseada em estatísticas de acordo com o perfil do cliente, o risco de inadimplência é diluído. Para Munhoz, o estímulo às linhas pré-aprovadas é uma tendência, já que é uma forma de se ganhar escala e cortar custos. Para o cliente do BB, até a repactuação da dívida pode ser feita pelos canais de auto-atendimento.

O pré-aprovado foi idealizado em 1996 e foi um dos responsáveis pelo incremento das carteiras pessoas físicas de lá para cá – de R$ 19,796 bilhões para R$ 73,799 bilhões em março último. Surgiu como uma forma de os bancos fidelizarem sua base e fazer frente à concorrência das financeiras que começaram a se instalar no varejo e roubar fatias significativas de potenciais tomadores.

No ABN Amro Real, o crédito pré-aprovado representa 25% da carteira pessoa física e faz parte de um kit de entrada do cliente no banco. Segundo o “credit score” (pontuação cruzada com renda e cadastro), o correntista tem disponível limites de cheque especial, cartão de crédito e o Real Parcelado. “A estratégia é criar conveniência. Quanto mais ágil o crédito, mais facilmente ele será utilizado”, diz o diretor de empréstimo e financiamento do ABN Amro Real, Eduardo Germano.

Pelos dados de janeiro, a carteira pessoa física do banco somava R$ 1,271 bilhão. O limite pode ser acionado pela internet, caixas automáticos, terminais 24 horas e até pela emissão de cheques específicos inclusos no talonário do correntista.

O HSBC Bank Brasil também aposta nos canais alternativos para a ativação das linhas. Já na abertura da conta, são concedidos limites de cheque especial, cartão e crédito pessoal que podem chegar a 125% da renda do cliente. Em abril, o pré-aprovado representava 48% da média de ativos utilizados, segundo o diretor-adjunto de Marketing, Marcelo Velloso.