Banco Mundial empresta US$ 500 mi ao Brasil
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Otaviano Canuto, informou que a diretoria do Banco Mundial, Bird, aprovou nesta terça-feira, 25, um empréstimo de US$ 505 milhões para o Brasil. Segundo Canuto, o empréstimo será utilizado para apoiar a agenda de desenvolvimento humano do País. O anúncio foi feito por Canuto e pelo diretor do Bird para o Brasil, Vinod Thomas.
Em nota, a diretoria do Banco Mundial informou que este é o primeiro empréstimo programático de reforma do setor de desenvolvimento humano que está sendo liberado para o Brasil. “O empréstimo apóia o acelerado programa de reformas do governo na área de desenvolvimento humano, que é importante para a redução da fome e da pobreza no País, e para proteger os grupos mais pobres e vulneráveis do impacto das crises econômicas”, afirma o comunicado.
O empréstimo de US$ 505 milhões será feito em um único desembolso, a taxa de juros cobrada será a Libor e o pagamento será feito em dez anos, incluindo uma carência de sete anos e meio. A atual carteira de investimentos do Bird no Brasil inclui 50 projetos, totalizando mais de US$ 4,5 bilhões em compromissos. O Banco Mundial pretende, nos próximos quatro anos, investir entre US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões no Brasil.
Reservas – Segundo Canuto, o empréstimo do Bird entrará diretamente nas reservas internacionais do País. “É injeção direta na veia das reservas”, disse. Para ele, os recursos do banco darão uma blindagem ao País.
“Dá liberdade para não termos que ir ao mercado (interno) em situação de estresse”, explicou. Canuto disse que o dinheiro será de uso livre, permitindo o reforço das reservas. “Não se trata de dinheiro amarrado para determinado programa.” De acordo com Canuto, o empréstimo representa um reconhecimento do banco para os gastos sociais do governo brasileiro.
Vinod Thomas disse que este é o primeiro empréstimo do Bird para o governo Lula e significa um apoio importante para as reformas e as políticas do governo, especialmente nas áreas de saúde, educação e assistência social. Segundo ele, a assinatura deve ocorrer em 29 de março, durante a visita do presidente do Bird, James Wolfensohn, ao presidente Lula. Depois o desembolso será rápido, afirmou Thomas.
Ele destacou o enfoque do governo para uso dos recursos de forma mais eficiente para melhorar o bem estar da população, principalmente dos mais pobres, e também a inclusão de avaliação dos projetos para verificar se os resultados desejados realmente ocorreram. “É um apoio de quantidade, mas também de qualidade”, disse. O empréstimo do Bird precisará de aprovação do Senado.