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Balança comercial registra superávit recorde de US$ 1,9 bi

Guarulhos, 04 de maio de 2004

A balança comercial de abril teve superávit recorde para o mês, de US$ 1,958 bilhão, apesar das exportações de US$ 6,590 bilhões, terem sido afetadas pela operação-padrão dos fiscais da Receita Federal e pelas vistorias ambientais sobre a soja embarcada pelo Porto de Paranaguá. A cifra eleva para US$ 8,126 bilhões o saldo positivo acumulado no ano e para US$ 27,402 bilhões o resultado nos últimos 12 meses.

Nos dados sobre as importações do mês, que somaram US$ 4,632 bilhões em abril, surpreendeu a elevação de 13,2% nas compras de bens de capital – um indicador da retomada de investimentos produtivos no País. “Os resultados da balança comercial de abril foram muito bons, mas a operação-padrão da Receita Federal afetou um pouco a logística e pode ter adiado embarques de grandes empresas”, afirma Ivan Ramalho, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Os impactos da operação-padrão e das medidas aplicadas em Paranaguá, segundo ele, podem ser observados na evolução da média diária de embarques do mês, que cresceu 15,4%, em comparação com abril do ano passado, mas recuou 4,4% em relação a março deste ano. De qualquer forma, abril apresentou aumento das vendas nas três categorias de produtos brasileiros oferecidos no mercado exterior e reforçou a meta do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) de um total de exportações de US$ 82 bilhões neste ano.

Destaques – Em abril, as vendas de manufaturas cresceram 23,3%, em relação a igual mês de 2003, e somaram US$ 3,808 bilhões, com destaque para os automóveis, os aviões, as autopeças, os motores para veículos, os laminados planos e os calçados. A Secex identificou também elevações expressivas das vendas de itens não-tradicionais da pauta de exportações de manufaturas, como os óxidos e hidróxidos de alumínio e os aparelhos elétricos para telefonia. Os embarques de produtos básicos totalizaram US$ 1,898 bilhão e apresentaram aumento mais modesto do que nos meses anteriores, de 6,3%. Os de semimanufaturados cresceram 13,3% e somaram US$ 791 milhões.

Seguindo a mesma tendência do primeiro trimestre, abril registrou elevação das importações, de 16,1% em relação a igual mês de 2003, e expansão nas cinco categorias de produtos. As compras de US$ 951 milhões em bens de capital impressionaram a Secex pelo fato de que, em geral, essas importações estão associadas a projetos de investimento em execução. Houve ainda a aquisição de US$ 2,413 bilhões em matérias-primas e bens intermediários – itens usados na fabricação de bens para os mercados interno e externo – o que representa aumento de 19,6% na mesma comparação. As importações de combustíveis e lubricantes cresceram 9,3% e somaram US$ 761 milhões.

Retomada – Assim como aconteceu nos meses anteriores, abril reforçou a retomada das compras externas de bens de consumo pelo Brasil. Os bens de consumo não-duráveis somaram US$ 263 milhões, o que indicou um aumento de 9,1% em relação a abril de 2003. As importações de bens de consumo duráveis, por sua vez, cresceram 24,5% e totalizaram US$ 244 milhões, apesar do recuo de 32,7% em seu principal item, os automóveis. Segundo Ramalho, o desempenho se deve à venda de eletrodomésticos, móveis e outros itens.

China – A intensificação do comércio com a China é outro destaque. As importações alcançaram US$ 908 milhões, um aumento de 58,5% em relação a 2003. As exportações avançaram 30,5% e somaram US$ 1,567 bilhões – o que rendeu ao País um saldo positivo de US$ 659 milhões e que manteve a China como quarto mercado de destino dos produtos brasileiros.