Notícias

Aumento de projeção de inflação em 2002 faz Copom manter juros

Guarulhos, 29 de maio de 2002

O aumento da projeção de inflação em 2002 para algo um pouco acima de 5%, bem próximo do teto da meta inflacionária do governo este ano, levou o Comitê de Política Monetária (Copom) a adotar uma posição de cautela e manter as taxas de juros estáveis, informou o Copom na ata de sua reunião nesta quarta-feira.

Na quarta-feira da semana passada o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter os juros básicos em 18,5% ao ano pela segunda vez consecutiva.

Na ata da reunião anterior, ocorrida em abril, o Copom estimava que a inflação este ano ficaria entre 4,5% e 5%. A meta estabelecida pelo governo para 2002 é de 3,5% com tolerância de 2 pontos percentuais para baixo ou para cima, ou seja, no máximo 5,5%.

Além do aumento da projeção da inflação, a desvalorização cambial e o aumento recente do risco-país também motivaram a decisão, que não foi unânime.

O Copom disse na ata da reunião da semana passada que a principal razão para o aumento da projeção inflacionária para este ano foram justamente as recentes altas do dólar. “O balanço dos riscos para 2002 – a piora no risco Brasil, a recente depreciação cambial e a proximidade das projeções de inflação ao teto da banda neste ano – recomenda confirmação da trajetória de queda da inflação para a flexibilização da política monetária, que ainda tem impacto sobre o resultado do ano,” acrescenta a ata.

Cinco membros do comitê votaram pela manutenção e três pelo corte de 0,25 ponto percentual, o que na opinião de economistas abre espaço para um afrouxamento da política monetária na próxima reunião, marcada para os dias 18 e 19 de junho.