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Aumenta calote de clientes de bancos e financeiras

Guarulhos, 22 de maio de 2002

A taxa de insolvência de pessoas físicas cresceu 31% de janeiro a março deste ano. Chegou a 6,3%, contra 4,8% no primeiro trimestre de 2001. O total de insolventes – pessoas com dívidas vencidas e não pagas há mais de 180 dias – aumentou 46% no período. A inadimplência, que se refere apenas ao atraso de até 30 dias no pagamento, também subiu, de 7,2% para 9,7%.

O consultor Alberto Borges Matias, da ABM Consulting, explica que, desta vez, ao contrário do que ocorreu em 1995, o aumento da inadimplência e das perdas na concessão de crédito não impõe perdas significativas aos bancos. Segundo ele, as altas taxas de juro já embutem o risco da inadimplência e permitem ganhos suficientes para compensar possíveis perdas.

– Quem paga em dia paga pelos insolventes – diz Matias, acrescentando que a insolvência está próxima dos maiores picos já registrados no país.

Outra pesquisa divulgada nesta terça-feira, pela Serasa, mostra que o número de cheques sem fundos devolvidos pelos bancos é também preocupante. Entre janeiro e abril foram devolvidos por falta de fundos, em média, 14,7 cheques para cada mil compensados, 21,5% a mais do que em igual período de 2001, quando a essa média havia ficado em 12,1.

Na avaliação de Matias, o aumento dos cheques sem fundo não incomoda os bancos porque, além do prejuízo ficar com quem foi pago com cheque, as instituições financeiras ganham dinheiro com as tarifas cobradas dos clientes pela devolução.

Cleide Carvalho