Até quando?
Um estrangeiro que visitasse o Brasil algum tempo atrás, e assistisse às agressivas e ilegais ações do MST, e dos grupos a ele ligados, como a Via Campesina, MAB – Movimento dos Atingidos pelas Barragens, e MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, seguramente ficaria em dúvida sobre o regime político e econômico do país. Provavelmente ele imaginava tratar-se de uma democracia, na qual prevalece o estado de direito e o desrespeito as leis é punido e, também, que tivéssemos uma economia de mercado, na qual a propriedade é protegida pelo Estado, e as empresas são respeitadas pela população como o principal instrumento para a geração de riquezas, empregos e bem estar da sociedade.
Se fosse um potencial investidor, especialmente em áreas como o agro negócio, mineração, construção, ou energia, poderia pensar que tais atividades não são consideradas importantes pelo Governo, uma vez que não houve qualquer condenação por parte das autoridades, ou qualquer ação preventiva, ou punitiva, aos atos absolutamente injustificáveis de ataques à propriedade privada e à liberdade de empreender. Talvez o que ele mais estranhasse, é a falta de reação das classes empresariais, como se essas agressões a alguns setores de atividade, por ainda não atingirem diretamente a área urbana, não lhes dissessem respeito, ou porque a repetição sistemática de tais atos faz com que eles passem a serem considerados como normais por parte dos empresários.
Creio que esse visitante também não entenderia porque as empresas atingidas, regra geral, não processam os invasores, e exige dos governos indenização pelos danos sofridos, limitando-se a notas de protesto. Provavelmente, também estranharia que os órgãos de inteligência, até agora, não tenham se preocupado em investigar a origem dos recursos externos que esses grupos recebem, além dos governamentais. Pensaria se existe alguma relação entre as fontes de financiamento e as ações desses grupos, atacando os setores brasileiros mais competitivos no mercado internacional, o que, claramente, interessa aos
concorrentes externos, mas prejudicam os interesses nacionais.
O visitante teria dificuldades para entender como organizações financiadas com recursos públicos não são submetidos a controle, e porque não existem estudos sistemáticos dos resultados dos assentamentos, que atingem a cerca de 77 milhões de hectares, área quase igual à ocupada pela agricultura que, somando-se as lavouras permanentes e provisórias, e as florestas plantadas, totalizam a 82 milhões de hectares. Será que ele decidiria investir no Brasil mesmo assim? Será que acreditaria nas possibilidades de o Brasil se tornar em breve um país desenvolvido sem o respeito às instituições? Será que acharia que o país ainda vive em um estado de Direito? Acredito que não.
O que se tem assistido são verdadeiros atos de terrorismo, em que se busca atingir a capacidade do país de competir no mercado mundial. O Agro negócio brasileiro, apesar de gozar de inegáveis vantagens comparativas, investe em pesquisa e tecnologia para manter sua liderança. Os ataques a centros de pesquisa e a laboratórios parecem direcionados a impedir a evolução tecnológica do campo. Pessoas humildes, especialmente mulheres, têm sido usadas por esses grupos como massa de manobra para as ações violentas, como se tivessem sido submetidas a uma “lavagem cerebral”. Isso mostra que é preciso preocupar-se com o fato de que crianças e jovens vem sendo doutrinados nos acampamentos do MST, o que poderá criar uma geração de “fundamentalistas agrários”, educados no ódio ao capitalismo, simbolizado na propriedade agrícola e ao avanço da tecnologia no campo. Nem os inocentes úteis, mais úteis do que inocentes, podem mais considerar esses grupos como “movimentos sociais” que lutam pela “reforma agrária”, pois suas ações são claramente contra a propriedade, a empresa, o estado de direito e a sociedade.
A omissão do governo todos esses anos, estimulou a ousadia desses grupos, que já se sentem suficientemente fortes para ampliar a escalada de violência não apenas em quantidade, como em diversidade e agressividade, mostrando suas verdadeiras intenções, que tem o objetivo de impor à nação, pela força, sua visão ideológica contraria a democracia e à economia de mercado. Até quando continuaremos a assistir à omissão governamental e à passividade dos empresários em relação a esses grupos?