Almeida faz balanço de seu governo no Ciesp
“Os resultados foram extremamente positivos. Nós temos de continuar com iniciativas dessa natureza”. Essa foi a repercussão entre os empresários presentes ao primeiro Encontro Ciesp Guarulhos de 2010, realizado na noite de terça-feira, 23, na sede da entidade, no Jardim Pinhal. O evento reuniu lideranças empresariais e o prefeito da cidade, Sebastião Almeida (PT). Participaram do debate: Daniele Pestelli, Luis Carlos Teodoro e Annbale Tropi Somma, pelo Ciesp; Antonio Roberto Marchiori, pela Asec; e Wilson Lourenço, pela ACE. Atuou como mediador o jornalista Martinho Risso. Estiveram presentes cerca de 150 pessoas, entre empresários, autoridades políticas e representantes da imprensa guarulhense.
Wilson Lourenço, presidente da ACE, foi um dos debatedores do encontro
O prefeito Sebastião Almeida abriu o debate com um breve discurso, no qual demonstrou todo o seu entusiasmo pelo primeiro ano de mandato (2009). “Os resultados foram auspiciosos, apesar de nós vivermos um ano de crise mundial”. Para demonstrar as suas palavras com fatos e números, Almeida citou os investimentos realizados em infraestrutura viária, como a ligação da Jacu-Pêssego com a avenida João Paulo I e o viaduto Cidade de Guarulhos, que, segundo afirmou, será inaugurado em julho deste ano. Almeida também mencionou os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC que foram direcionados para o saneamento básico da cidade. “No início do segundo semestre, Guarulhos terá 55% do seu esgoto tratado”, disse.
Debate – Após a exibição de vídeo institucional sobre as obras da atual administração municipal, foi iniciado a série de perguntas dos líderes das entidades empresariais. O primeiro a questionar o prefeito foi o diretor titular do Ciesp local e presidente da Agência de Desenvolvimento de Guarulhos, Daniele Pestelli: “Em Guarulhos, o município está absorvendo atribuições que eram de responsabilidade da Cetesb. O que se pode esperar dessas alterações? ”. Almeida respondeu que a cidade precisa fazer o que puder; para o que não puder, esta deve se preparar. “O corpo técnico é suficiente, apenas, para nós começarmos o trabalho. A adaptação deverá ser gradual”.
O segundo debatedor a participar foi o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos, Wilson Lourenço. A sua pergunta foi sobre infraestrutura: “A cidade cresceu sem planejamento. Eu creio que tenha chegado a hora de nós planejarmos os próximos 50 anos. O que podemos fazer agora para que os 500 anos de fundação da cidade sejam comemorados com uma infraestrutura condizente com a pujança de Guarulhos?”. Em tom de desabafo, o prefeito Almeida comentou que chega a ser surpreendente que a cidade tenha a 8% maior economia do país, e as principais demandas dos moradores da periferia ainda sejam asfalto e esgoto. “O mais absurdo é que, sem planejamento, nós pagamos um preço muito alto para as desapropriações necessárias”. Almeida ainda citou o Aeroporto Internacional: “Quando de sua implantação, pensou-se em tudo, menos na cidade que o abriga”.
Cumbica – Na véspera do 23º aniversário da Associação dos Empresários de Cumbica – Asec, o presidente da entidade, Roberto Marchiori, afirmou que ainda existem 65 ruas sem asfalto no bairro. “O que pode ser feito para melhorar a situação de Cumbica, que abriga cerca de 60% de todo o produto interno bruto de Guarulhos?”. Almeida respondeu que as parcerias com a iniciativa privada já deram seus frutos, e que deverão continuar sendo um bom caminho. “Eu vou continuar incentivando o empresariado a colaborar financeiramente com as obras de asfaltamento das ruas de Cumbica. Além disso, nós temos como meta, em 2010, instalarmos em residências dignas cerca de 2.000 famílias que hoje invadem as ruas do bairro com as suas precárias moradias”.
Os vice-diretores da Ciesp, Annibale Tropi e Luis Carlos Teodoro, também fizeram perguntas sobre incentivos fiscais e a nova Lei de Zoneamento da cidade. Almeida respondeu que os empresários poderão contar com a boa vontade dos agentes públicos para melhorar as condições para a produção e geração de riquezas. Sobre o zoneamento, o prefeito afirmou “É muito ruim quando uma lei municipal começa a ser fatiada. De duas uma: ou não foi estudada direito ou faltou visão ao grupo que a elaborou. Em havendo algo real, de interesse público, nós vamos discutir”.
Compromissos – A seguir, o mediador do evento, jornalista Martinho Risso, transmitiu ao prefeito as perguntas elaboradas por escrito pelos empresários presentes. Com os mais variados temas – como meio ambiente, serviços do Fácil, Senai, Estrada de Nazaré e enchentes na cidade – Almeida adiantou: em abril, será anunciado um plano que irá ampliar o volume de serviços do Fácil, que poderão ser feitos diretamente pela internet. “Cerca de 40% do volume atual de tarefas será reduzido”; a rua Francisco Conde, na vila Galvão, deverá receber recursos para que a água das chuvas sejam direcionadas para o rio Cabuçu. “Isso irá corrigir um sério e histórico problema”, concluiu.