Alca: Construção e comércio vêem riscos e oportunidades
A oferta brasileira de maior liberação dos serviços na Alca não causa temores exagerados em alguns dos principais setores envolvidos. Construção civil e o comércio têm fragilidades, mas também poderiam se aproveitar de oportunidades na abertura de mercados. Os representantes só têm clareza, por enquanto, sobre a necessidade do governo se inteirar dos detalhes de ambas as cadeias.
O diretor da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Antonio Carlos Borges, afirma que antes de ofertas definitivas, os empresários precisam participar mais das discussões da Alca. No momento, o varejo passa por grande concentração no Brasil, e uma abertura irrestrita poderia acelerar a derrocada de diversos pequenos negócios. “Nós queremos a presença dos pequenos, pois isso garante maior sustentabilidade de renda”, diz Borges.
No ramo da construção civil, o balanço entre oportunidades e riscos parece equilibrado. Segundo o presidente do Sinduscon São Paulo (entidade representante), Arthur Quaresma, a competição com empresas estrangeiras não seria acirrada no campo da tecnologia. “As melhores obras daqui não perdem em nada para as americanas”, exemplificou. O maior risco contudo reside no custo de capital. Empresas estrangeiras com financiamentos baratos teriam vantagens sobre as brasileiras.