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Alíquota de importação maior afetaria a indústria de máquinas

Guarulhos, 28 de março de 2002

O aumento nas alíquotas de importação do aço eleva o preço interno e prejudica as indústrias finais da cadeia produtiva, disse Luiz Carlos Delben Leite, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Delben Leite considerou sensata a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de não aceitar o aumento das alíquotas, solicitado pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS).

O presidente da Abimaq explicou que o preço do insumo no país é balizado pelo mercado internacional e acrescido dos impostos de importação.

De acordo com ele, se o governo atendesse o pedido do IBS, protegeria um produto de baixo valor agregado e prejudicaria, por exemplo, as indústrias automobilísticas, que ficam na ponta da cadeia produtiva.

Delben Leite explicou que a alta de preço do insumo eleva os custos da matéria-prima para os fabricantes de peças, de máquinas e conseqüentemente do produto final. As indústrias de maior valor agregado são obrigadas a repassar para o preço final ou abrir mão de parte da margem de lucro. Muitas não resistem e perdem competitividade, explica.

O preço dos produtos siderúrgicos já subiu de 5% a 10% no mercado externo em 2002, segundo a presidente do IBS e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Maria Sílvia Bastos Marques. Delben Leite prevê uma tendência de alta no mercado doméstico, acompanhando o balizamento internacional.

Para proteger as usinas siderúrgicas nacionais, o governo brasileiro anunciou que vai aumentar a fiscalização sobre os importadores de aço. O objetivo é evitar o escoamento da produção excedente do mercado mundial no Brasil.

Letícia Volponi