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Afinal de quem sou Cliente?

Guarulhos, 11 de agosto de 2008

Afinal, de quem sou cliente? Eu estava fazendo uma palestra para uma grande empresa americana e fiz um comentário muito simples que deixou os participantes surpresos, e eu ainda mais surpreso com a reação deles. Tudo o que eu disso foi: “Eu não sou cliente desta indústria de Detroit; nem sou cliente da filial de vocês no Brasil. Também não sou cliente do concessionário de vocês (já que se tratava de uma indústria automobilística). Sabem de quem sou cliente? Do balconista de peças, do recepcionista da oficina, da telefonista que às vezes ganha três salários mínimos. É esse balconista, esse recepcionista ou mesmo a telefonista que vão ganhar ou perder um cliente para esta grande empresa multinacional, talvez uma das maiores do mundo”. 

Na verdade eu sou cliente de uma pessoa física, quem tem nome, endereço, identidade. Não existe cliente de pessoa jurídica.

Não sou cliente da Volkswagen, da GM, da Ambev, do Carrefour ou do Wal Mart. Eu sou cliente da balconista, do caixa, da telefonista, do vendedor. Sou, portanto, cliente de pessoas concretas e muitas vezes nos esquecemos disso.

A empresa é uma ficção jurídica. Quando me perguntam se sou cliente da empresa tal, respondo que não, mas sim do fulano tal que lá trabalha. Ainda na palestra eu dizia a eles: “Eu vou com o meu automóvel em um dos concessionários da rede e paro em frente ao balcão de recepção da oficina e o recepcionista me diz: “mais um com este defeito! O que esses carros estão dando de defeito…”. e a maior empresa do mundo perde um cliente.

É ou não é verdade? E o que isso quer dizer? Comece a se perguntar – de quem você é realmente cliente?

Vejo propagandas maravilhosas na televisão e funcionários mal informados e mal treinados que destroem em segundos, tudo o que custou muito caro e talvez tenha tomados meses de decisão.

Assim, é preciso compreender de uma vez por todas que o primeiro cliente da sua empresa é o seu funcionário e por quê? Porque eu e outros consumidores iremos conhecer a sua empresa através de alguém, que é um funcionário seu, seja ele um vendedor, um balconista, etc. Cuide bem dele.

Pense nisso. Sucesso!

Luiz Marins é professor e consultor empresarial