Notícias

Acordo entre APEX e Sebrae busca incentivar exportações

Guarulhos, 10 de março de 2004

O melhor posicionamento das empresas brasileiras no mercado internacional é um dos grandes desafios do atual governo no que diz respeito à elaboração de sua nova política industrial. Além da questão dos menores custos, qualidade do produto e maior divulgação no exterior são aspectos bastante importantes para o aumento do volume de exportações brasileiras.

À primeira vista, os pontos mencionados causam um certo temor aos micro e pequenos empresários, criando-se uma falsa percepção de que apenas empresas grandes têm chances reais de êxito no mercado externo. Por esta razão, os presidentes da APEX-Brasil (Agência de Promoção à Exportação), Juan Qiruós, e do Sebrae, Silvano Giani, assinaram, um acordo de cooperação estabelecendo ações que beneficiem diretamente pequenas empresas com potencial exportador.

Com isso, as instituições irão investir recursos técnicos e financeiros para garantir uma maior inserção de empresas brasileiras no mercado internacional, incentivando, sobretudo, a atuação das micro e pequenas empresas neste tipo de comércio.

Sebrae e APEX dividirão funções

Tendo em vista que o processo de exportação começa muito antes da emissão de um produto nacional para outro país, o Sebrae será responsável por preparar e desenvolver instrumentos que tenham como objetivo adequar as empresas às necessidades e regras internacionais, como adequação do produto e serviços. Já na outra fase do processo, a APEX ajudará as empresas a encontrarem nichos de mercado fora do Brasil, ou seja, terá uma função de facilitadora do negócio.

Para tanto, será estruturado o Sistema de Inteligência Comercial integrado, por meio do qual serão feitas pesquisas do mercado interno e externo, levantando dados sobre cada produto, principais fornecedores do país em análise, medidas tarifárias e não tarifárias vigentes, preços médios praticados etc.

Com isso, as empresas brasileiras terão subsídios suficientes para entrarem nos mercados emergentes e se consolidarem naqueles com os quais o Brasil já tem relações comerciais consistentes.

Governo brasileiro incentiva as exportações

Vale destacar que o Governo Federal tem o aumento das exportações como uma das principais ferramentas para o aquecimento da economia, tendo em vista que cada vez mais produtos brasileiros tornam-se mais competitivos no mercado internacional. Em 2003, por exemplo, o superávit da balança comercial atingiu US$ 24,831 bilhões, 89,2% acima dos US$ 13,126 obtidos em 2002.

O grande problema do Brasil é que menos de 2% das micro e pequenas empresas brasileiras exportam regularmente, apesar de alguns produtos “made in Brazil” terem qualidade para competir lá fora, segundo o Sebrae-SP. Isso decorre do fato de que muitas dessas empresas não sabem como exportar e evitam o alto custo cobrado por esse trabalho ou simplesmente desconhecem essa possibilidade.

Claudio Faria