A partir de 2004, país cresce mais e de forma sustentável
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que estão dada as condições para que o país cresça mais e de forma sustentável a partir do ano que vem. Segundo ele, embora as previsões apontem uma expansão modesta do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2003, o Brasil está se comportando melhor do que outros países que tiveram crises como a enfrentada no ano passado.
Ele mencionou a perda de US$ 30 bilhões no fluxo de capitais externos em 2002 e disse que, em outros países, isso representou contrações de até 15% em seus PIBs.
– O mais importante é: será um dado ainda no azul – expressou o presidente do BC, em referência às diversas previsões para o PIB brasileiro este ano.
Meirelles classificou de “conservadora” a projeção oficial de um déficit em conta corrente (saldo das negociações do país com o exterior) de US$ 1,2 bilhão neste ano. Segundo ele, em vez de déficit, o Brasil pode até fechar o ano com um “pequeno superávit” em conta corrente.
Dados divulgados na sexta-feira, 26, pela autoridade monetária mostraram que o país teve superávit em transações correntes de US$ 1,22 bilhão em agosto, o maior já registrado neste mês desde 1980, quando o indicador começou a ser apurado. Nos 12 meses encerrados em agosto, o superávit foi de US$ 3,484 bilhões, o mais expressivo desde 1993.
Em palestra, Meirelles disse que o ajuste externo da economia brasileira é fruto da mudança estrutural “sólida e permanente” da balança comercial do país, entre outros fatores.
Ele comentou ainda que o saldo esperado para este ano decorre dos ganhos de produtividade e de eficiência da economia nacional, “refletindo modificações estruturais e não conjunturas pontualmente favoráveis ao comércio exterior” do país.