Comércio debate a redução da jornada para 40 horas semanais
O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Guarulhos, Walter dos Santos, representará a categoria da cidade, neste sábado, em encontro com o deputado federal Paulo Paim (PT-RS),cujo objetivo é fortalecer a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário. O evento acontece na sede da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (Fecesp), na Liberdade, região central da Capital, a partir das 9h30. Na avaliação de Santos, a medida deve gerar, só em Guarulhos, entre 5 mil e 6 mil novas vagas no setor. Já os representantes patronais acreditam em perda de postos de trabalho.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Guarulhos, Wilson Lourenço, considera a proposta injusta. “O custo de uma medida dessas fica todo para o empresariado. O governo deveria aprovar também redução de tributos”, propõe Lourenço.
“Temos uma carga tributária tão elevada que não dá para suportar essa redução de jornada. Além disso, também surge a possibilidade de uma mecanização maior [das atividades das empresas], o que geraria desemprego”, acredita. Segundo ele, “100% dos empresários”, em enquete promovida no site da entidade, “são contra a redução” e acreditam em perda de faturamento e vagas de emprego.
Já o sindicalista guarulhense vê como positiva as 40 horas. “A redução vai gerar mais emprego e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Hoje, o comerciário só trabalha, não tem domingo, não tem feriado e ganha uma merreca. Só em Guarulhos, devemos ter no mínimo entre 5 mil e 6 mil empregos.”
Na opinião do presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), José Paulo Cairoli, em nota à imprensa, a mudança na legislação coloca “em risco a sobrevivência das micro e pequenas empresas e incentiva a informalidade e vai impedir o comércio de abrir aos domingos em função dos custos trabalhistas.”
O encontro deste sábado na Fecesp termina ao meio-dia. A entidade representa cerca de 1,5 milhão de trabalhadores do setor, de 65 sindicatos filiados.