Setor de viagens corporativas aposta em crescimento
Com a turbulência econômica mundial, o mercado de viagens corporativas no Brasil começa 2009 com incertezas, mas otimismo. No ano passado, obteve faturamento total de R$ 17,46 bilhões – aumento de 6,78% em relação a 2007. Do total, o transporte aéreo representou 52,44% (faturamento de R$ 9,15 bilhões ante R$ 8,58 bilhões do ano anterior), os serviços de hospedagem geraram 35,73% (R$ 6,24 bilhões, acima dos R$ 5,42 bilhões de 2007) e os de locação de veículos obtiveram 5,61% (R$ 979,7 milhões, comparados aos R$ 885,7 milhões em 2007).
Os números foram divulgados ontem na abertura do 4º Encontro Latino-Americano de Viagens Corporativas e Tecnologia (Lactte), em São Paulo, promovido pela Associação Brasileira dos Gestores Corporativos (Abgev), em parceria com a norte-americana National Business Travel Association (NBTA). E fazem parte de um amplo estudo sobre o setor, o 3º Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas (IEVC), realizado pelo professor em Economia e Turismo da ECA-USP, Hildemar Brasil, junto com as principais entidades do segmento.
“Crescemos acima do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008”, adiantou Brasil. Ainda de acordo com o estudo, o setor de viagens corporativas, que inclui deslocamentos de negócios, eventos e incentivo, gerou 227.254 empregos diretos e 254.524 indiretos.
As perspectivas para 2009? “Estamos trabalhando com o que o governo sinaliza. O drive das viagens corporativas é a economia e não o dólar,” disse. A indústria, portanto, deve acompanhar as projeções do Banco Central (BC), disse o especialista. “O ano de 2008 foi excelente e temos de continuar otimistas mesmo com a crise,” disse o presidente do Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais ( Favecc), Francisco Leme. “Se o governo espera crescer, nós também.”
Segundo a presidente da Abgev, Viviânne Martins, só será possível medir o desempenho do mercado no fim deste semestre. Segundo ela, as empresas não podem parar de prospectar novos negócios e cortar os custos com viagens. “Parar de viajar num momento desses não é a solução. A saída é contar com profissionais especializados no gerenciamento e negociação com fornecedores,” disse.
As Travel Management Company (TMCs) – empresas administradoras de viagens de negocios – têm papel fundamental na negociação dos preços. Por que não viajar mais, pagando menos? Em lugar de se deslocar de classe executiva, ir de econômica, e ficar em hotéis mais em conta são algumas sugestões às empresas. “As companhias, obrigadas a demitir, talvez queiram incentivar as equipes a cumprir metas”, disse Vivianne, referindo-se às viagens de incentivo. E dá a dica: “Quem souber criar coisas boas e baratas, vai sair na frente.” O momento é de viajar com bom senso.