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CNI propõe ações para acelerar a economia

Guarulhos, 14 de abril de 2004

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma série de sugestões que, na avaliação da entidade, podem acelerar, no curto prazo, o processo de retomada da atividade econômica. No documento, intitulado “Uma Agenda Pró-Crescimento para 2004”, os empresários propuseram 24 ações a serem tomadas em oito áreas. As medidas vão da redução de impostos à criação de um fundo de investimento para financiar pesquisas no país.

Para o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, todas as medidas propostas estão de acordo com a atual política macroeconômica. “O governo entende que são sugestões que estão em linha com o desejo da sociedade de crescimento”, ponderou o executivo, depois de mais de duas horas de reunião com o presidente Lula. Participaram do encontro representantes de todas as 27 federações estaduais de indústria, além do vice-presidente José Alencar e dos ministros Antônio Palocci (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Guido Mantega (Planejamento), José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência).

Para a CNI, é necessária a redução imediata das alíquotas do PIS e da Cofins, que juntas chegam hoje a 9,25%, para 7,1%. Pelos cálculos apresentados, há uma sobretaxação que acarreta um aumento efetivo da carga tributária sobre o setor produtivo. A entidade também propôs ao governo ampliar o prazo de recolhimento dos tributos federais para que ele seja mais adequado ao fluxo de venda das empresas, segundo Monteiro Neto.

Os industriais defenderam a rápida redução do chamado spread bancário – diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e a taxa cobrada dos tomadores finais de empréstimos. “Ao invés de focarmos na Selic (taxa básica de juros), temos que trabalhar nos spreads, que definem o custo de capital”, defendeu Monteiro. Para tornar viável essa proposta, a CNI defendeu a redução, em até dois anos, do peso dos impostos sobre as operações de intermediação financeiras dos bancos, que hoje representam cerca de 30% do spread.