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BC decide comprar dólares

Guarulhos, 07 de janeiro de 2004

O Banco Central informou que dará início nesta quarta-feira, 07, a um programa formal de compra de dólares no mercado para recompor as reservas cambiais do país. Segundo a nota do BC, essas compras serão feitas de forma a não interferir na cotação da moeda americana.

– É uma medida de aperfeiçoamento operacional na administração das reservas e também de recuperação de uma margem de manobra de um instrumento importante de política econômica – disse o presidente do BC.

Já a partir desta quarta-feira, o BC irá a mercado comprar dólares no momento que quiser, para recompor as reservas ou a fim de pagar juros e o principal da dívida em bradies ou com o Clube de Paris.

Meirelles explicou que as compras que o BC fará terão o objetivo de quitar a dívida externa que vence de junho em diante, uma vez que já foram adquiridos US$ 5,5 bilhões para vencimentos entre janeiro e junho deste ano.

Segundo Meirelles, o BC manterá a previsão de reservas cambiais líquidas (sem dinheiro do FMI) em US$ 18,6 bilhões para o fim de 2004, mesmo com a expectativa de que o montante seja ultrapassado.

– Esperamos que esse número seja conservador, porque almejamos níveis superiores a essa projeção – disse o presidente do BC, Henrique Meirelles, acrescentando que a projeção “será referencial”, porque com a nova política não há mais meta para as reservas líquidas neste ano.

Meirelles insistiu que o fato de o BC passar a fazer compras diretas de divisas no mercado a partir desta quarta-feira dará mais transparência às operações. Segundo explicou, os movimentos do BC serão percebidos pelo mercado por meio de alterações nos níveis das reservas internacionais, divulgados diariamente pelo BC.

Além disso, o Departamento de Operações com Reservas Internacionais do BC voltará a divulgar comunicados por meio do Sisbacen sempre que fizer uma intervenção no mercado de câmbio.

– Através das reservas o mercado ficará sabendo dos movimentos do Banco Central em D + 2 (com intervalo de dois dias), ao passo que movimentos do Tesouro, hoje, não são transparentes – disse Meirelles.

Ele justificou ainda a medida como resultante “do enorme ganho de confiança para o país” e também que a política de recomposição das reservas tem o objetivo de prevenir.

– Não podemos depender de condições favoráveis no mercado internacional – acrescentou.