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Netiqueta: como se portar na rede

Guarulhos, 06 de janeiro de 2004

As novas formas de comunicação trazidas pela internet, como salas de bate-papo, correios eletrônicos, listas e grupos de discussão, troca de mensagens instantâneas, já fazem parte do dia-a-dia de milhares internautas. Para garantir um convivência harmoniosa entre os usuários da rede foi criado um conjunto de regras de comportamento na internet que ficou conhecido como netiqueta.

“Da mesma maneira que aprendemos a dizer “por favor', “obrigado” e “com licença” na vida cotidiana, na internet também existem algumas regras de convivência, particularmente pelo fato da comunicação ser basicamente por escrito”, explica a professora da USP, Maria Alice Soares de Castro, analista de sistemas e autora do livro “Netiqueta – Guia de Consulta Rápida”.

Segundo Maria Alice, ao escrever um e-mail profissional ou pessoal, a “regra de ouro é ser educado, como em toda a comunicação interpessoal”. Ela explica que e-mails devem ser “mensagens curtas, que se referem diretamente ao assunto a ser tratado. Eles não exigem uma redação elaborada, mas demandam clareza e objetividade”.

A professora salienta que, antes de redigir um e-mail, o remetente precisa ter consciência de quem será o destinatário da mensagem: uma pessoa desconhecida, um colega de trabalho, alguém que irá atender a uma solicitação.

“Definido o destinatário, sabemos como nos relacionar com ele. Como regra geral, se for a primeira vez que você envia e-mail para uma pessoa, não use formatações especiais, como imagens, cores, fontes diferentes. Prefira o texto simples. Conforme o grau de intimidade com a pessoa, podemos usar detalhes incrementados, pois saberemos se o programa de e-mail que a pessoa usa suporta apresentação dessas formatações.”

A professora ressalta ainda que o estilo de comunicação precisa estar de acordo com quem for receber a mensagem. Ela recomenda também que se use o bom senso. “Jamais se torne íntimo demais de pessoas que você acabou de conhecer somente pela internet. Isto quer dizer: não dê detalhes de sua vida pessoal ou profissional antes de conhecer realmente a pessoa. É uma questão de segurança”, ressalta.

Não grite – Outra dica de redação da professora é “não escrever a mensagem em letras maiúsculas, pois na internet isso é o equivalente a gritar”. Ela sugere que se escreva como se estivesse falando com a pessoa e depois leia com calma aquilo que redigiu. “Veja se você se lembrou de que é uma pessoa que irá ler sua mensagem. Ou seja: no início, cumprimente; ao final, despeça-se.”

Maria Alice diz que um erro curioso bastante comum cometido pelos internautas é não identificar corretamente quem está recebendo um e-mail. “É bastante estranho receber uma mensagem como se a pessoa estivesse falando com um robô ou com um amigo adolescente, quando isso não é verdade. Muitos dos problemas de comunicação via e-mail acontecem porque as pessoas não prestam atenção a quem enviam suas mensagens”, explica.

De acordo com a professora, um erro grave é o encaminhamento de mensagens em cascata, mantendo os cabeçalhos com até centenas de endereços de e-mail. “Muitos trotes que circulam dessa forma realmente servem apenas para coletar nossos endereços, que vão parar em CDs, vendidos para quem faz spam”, diz. No atendimento a clientes, ela chama a atenção para as respostas às reclamações que usam um texto padrão sem verificar se este é adequado ao problema apresentado.

Emoção na net – As mensagens eletrônicas, porém, não usam apenas a linguagem escrita. Para suprir a falta de entonação de voz nesse tipo de comunicação e expressar emoções, surgiram os emoticons ou smileys. São ícones formados por parênteses, pontos, vírgulas e outros símbolos do teclado, que forma “carinhas” e expressam os sentimentos do internauta.

Marcelo David Pawel