Notícias

Desafios do mercado imobiliário

Guarulhos, 29 de agosto de 2003

O mercado imobiliário no Brasil oferece inúmeros nichos para atuação imediata. Além do desafio de acabar com o déficit de 6,6 milhões de moradias, os segmentos de habitações de alto padrão, imóveis comerciais e de lazer são grandes oportunidades para os empreendedores. O desenvolvimento dos novos projetos, no entanto, ainda é barrado pela falta de financiamento. O alerta é do presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Romeu Chap Chap.

Segundo ele, este é o momento em que é preciso esforço para retomar o crescimento. “Estamos entrando em uma fase melhor com o atual governo, que criou o Ministério das Cidades”, disse o presidente do Secovi em encontro de especialistas do setor.

Chap Chap lembrou que os investimentos de R$ 191 bilhões entre 2004 e 2007 para projetos de infra-estrutura e habitação, previstos pelo governo federal ajudarão a aliviar a crise. “Mas há ainda uma verba enorme das contas de FGTS presa nos bancos”, afirmou.

Sem financiamento – A reclamação sobre a falta de recursos é comprovada pelas estatísticas. Pelos dados do Banco Central, 266 mil moradias foram financiadas em 1981. No ano passado, esse número não chegou a 30 mil unidades no País. Sem financiamento, há a redução dos empreendimentos. Segundo estimativa do Secovi, são entregues na cidade de São Paulo 2 mil novas unidades residenciais por mês. Em todo o Brasil são 13 mil.

“A liberação de recursos reduziria déficit imobiliário, que é concentrado no segmento de baixa renda”, disse Chap Chap. Os mais atingidos pela falta de moradias, quase 82%, são de comunidades pobres nas regiões urbanas. “Se considerarmos as condições dos imóveis, o déficit habitacional chega a 10 milhões de unidades”, afirmou o presidente do Secovi. Estima-se, porém, que haja 4 milhões de moradias desocupadas no País, que poderiam ser remodeladas para o uso.

Na opinião de Chap Chap, outros segmentos a serem explorados são o de imóveis comerciais com recursos de alta tecnologia, condomínios residenciais, de lazer e imóveis ligados ao turismo.

Estela Cangerana